quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Mais um carnaval se passou

Dizem que neste país o ano só começa depois do carnaval. Engraçado como muitas pessoas só mostram o que são quando entram no alvoroço coletivo e depois culpam a bebida, o "clima" e outros bodes. Necessidade de descontração devido ao estresse? Acho que não. Esse negócio de soltar a franga é falha de caráter.


"Um País é tão sério quanto a sua população"  (Mad Dick nesta quarta-feira de cinzas)

País de imbecís


Uma das minhas pequenas compras recentes no Ebay, foi despachada via Hungria por transporte aéreo. Não sei dizer por quê. O rastreio lá fora é bem dinâmico e, para os mortais que não usam Sedex10, não tem comparação. Veja só, quase em tempo real:

Number: RRXXXXXXXXXHU
Package Status: In Transit
Destination Country: Brazil
2016-01-26 14:59 Curitiba / PR, Received by the Brazil Post, Object subject to inspection and delay on delivery
2016-01-20 14:18 HUNGRIA, Received in export unit
2016-01-20 14:18 HUNGRIA, Forwarded, from País in HUNGRIA / to País in BRASIL / BR Origin Country: Hungary
2016-01-26 14:59 Célországba megérkezett / Arrived in the destination country
2016-01-20 14:29 Nemzetközi Posta Kicserélő Központ, Küldemény postai átvétele / Item accepted
2016-01-20 14:18 Célországba elküldve / Item sent abroad
2016-01-20 14:18 Indító nemzetközi feldolgozó központba érkezett / Item in office of exchange

Aqui a história é outra. Nos "correios" a informação parece que carece da boa vontade dos funcionários.

Rastreio dia 10/02/2016

Na página de rastreamento da ECT está o seguinte esclarecimento:

ATENÇÃO: 
Objetos registrados recebidos do exterior que apresentam código iniciado por “R” não pertencem à modalidade expressa, sem rastreamento ponto a ponto e com prazo estimado de 40 DIAS ÚTEIS a partir da liberação na alfândega.
O termo "40 DIAS ÚTEIS" foi grifo deles (ECT). Para que tanto tempo? E tudo está aqui mesmo, em Curitiba. Será que vão botar cão farejador? Afinal todos (brasileiros) são corruptos, desonestos, criminosos, até prova em contrário. É institucional.

Em tempo: 

Você sabia que o Partido político brasileiro PP é da "base aliada" do governo (PT)? E eu com isso? Nada, só que o PP foi criado pelo Paulo Maluf. É o quarto partido em tamanho, atrás apelas do PT, PMDB e PSDB.

Acho que tem mesmo é que "farejar" ou deixar mofar minha encomenda de valor miserável. 40 dias é pouco. Isso foi apenas a duração do dilúvio. Hã? Desculpe-me. Lá na Bíblia não eram dias úteis.

Rolo nas rodas


Apareceu uma oportunidade ímpar. Fui levar meu Honda Fit para fazer um alinhamento na oficina que tinha ajeitado o Fiesta depois da sua malfadada estreia. Lá no canto da oficina de fronte para a rua, estava um Ford Escort judiado e feio, com a palavra "vende-se" escrita em branco no vidro. Mas as rodas eram do Ecosport em alumínio do modelo Freestyle, calçados por pneus calvos. Putz, que desperdício. As rodas não iriam agregar valor algum à sucata. E lá em casa tinha as rodas que vieram com  Fiesta com 2 pneus novos marca baiacú rastejante, um Kumho meia-vida que rasguei na quina da escada da vizinha (o outro eu queria guardar para estepe) e o estepe que veio, na medida 185/60, Goodyear, semi-novo.

Propus então uma troca pelas rodas de alumínio. Só as rodas. Sem os pneus carecas, por favor. Deu rolo. Rodas de alumínio com as medidas temperamentais que o Fiesta exigia, isto é, offset maior que 40mm e furação 108mm de diâmetro. Difícil, heim?

Momento de insanidade


Minha escolha inicial de pneus para uma preparação "stage 2" e também como pneus de chuva recaíram sobre os Michelin Pilot Sport 3. Dos pneus disponíveis aqui no país, talvez sejam a melhor escolha para uso sob chuva e também em um uso mais hardcore, comparados as outras marcas disponibilizadas aqui. Não é muito fácil de encontrar. Encomendei os meus na Ingo Pneus, distribuidor da marca. Por sorte tinha aqui no estoque da fábrica aqui no Brasil. 

Na edição de setembro de 2011 da Auto Express, um teste classificou ele em segundo lugar, a frente do Pirelli P Zero.


Fonte: AE

Acho que para compensar a minha frustração de não ter as coisa sob meu controle, acabei antecipando uma etapa que seria feita apenas no segundo semestre, e mesmo assim se o resultado da "minha" preparação alcançasse valores acima de 150 HP, valor razoável para um motor Zetec Rocam 1.6 bem preparado. Pela primeira vez estava nas mãos de outra pessoa, Sr. Herbert Müller, que não me dava satisfação sobre o que ele estava fazendo no meu carro.  Comprei um jogo de Toyo R888, parcelado em 10 vezes no cartão para montar nas rodas de alumínio.

Não vou abrir discussão entre R888 X Neova. Preço de ocasião. Fui na Dubstore pegar pegar o dinheiro da Fueltech Sparkpro 2 que a fábrica não ia entregar mesmo pois não estava fabricando por falta de componente (acabei pegando depois, na Prado, uma Injepro ISD2). Quando vejo uma pilha de Toyo 888 na medida 195/50 e DOT fresquinho. Babei, conversei e fiz eles prometerem guardar para mim. Trato feito. Quando deu, fui la´e parcelei no cartão. Estão no porta-malas do meu carro até agora por falta de espaço.

Toyo R888

Será que terei cavalaria para merecer este sapato?

Quero pintar as rodas de alumínio em cromo (efeito cromo) black, mas antes tenho que dar um trato em melhorar os arranhões existentes. Não estão amassadas, mas tem algumas marcas de meio-fio. Trabalho para mais alguns fins-de-semana.

No próximo post: sei lá o que vou escrever. Espero ter novidades.



terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Definindo um cronograma realista

Enquanto o carro permanece na oficina, procuro criar um mapa mental dos próximos procedimentos after AIC. Com a antecipação das ações que faria ao longo do primeiro semestre de 2016, acabei ficando sem carro para o encontro deste domingo.


Na semana passada, passei na oficina Pro Müller para saber como estava os preparativos do Fiesta e soube que o cabeçote estava sendo preparado. Só isso. Não sei aonde nem quando vai ficar pronto. Ninguém quis me dizer ou antecipar alguma coisa. Apenas pediram que eu comprasse um kit de juntas de cabeçote e um jogo de retentores das válvulas. Comprei tudo da marca Sabó, no Rei dos Cabeçotes, perto da PUC. Falaram que precisavam para montar um gabarito para o dispositivo de fluxo. Sei que alguns preparadores guardam seus segredos. Quando levei meu carro lá, entreguei a eles a minha alma junto. Abri mão da vontade de palpitar, interferir ou mesmo acompanhar os trabalhos. Meu tempo é escasso. Em todos os sentidos. Claro que estou curioso, prefiro não externar. Deixo tudo como surpresa para mim mesmo. O carro continuava lá, sem a tampa do cabeçote de válvula, embaixo de um elevador com um carro erguido em cima. As peças adquiridas estavam dentro dele, aguardando colocação.

Não me disseram ainda quando terei o carro a minha disposição. Enquanto isto tentarei escrever coisas relacionadas ao tema, mesmo não tendo uma ligação direta, afinal o blog é meu e escrevo o que quiser mesmo.....


Protork


Tinha comprado dois capacetes para usar em track days junto com minha esposa. São de modelo aberto, não sendo exatamente o mais baratinho da marca. Como tinha dito anteriormente, são muito bem acabados e construídos. Os capacetes Protork são mais barato do que outras marcas nacionais como o Norisk, Taurus e outros. Agora se me perguntarem se capacete é tudo igual, a resposta é NÂO. Por coincidência a poucos dias atrás, uma reportagem da TV Globo falou dos testes feitos na USP tentando simular os requisitos da "ONU". Nem sabia que a entidade normatizava assunto desta natureza. O que sei que no país dos "caga-regra", onde papel aceita tudo, as entidades que deveriam normatizar, regular e fiscalizar, não fazem nada. Para quê? O salário vem mesmo no fim do mês. Só se fosse para ganhar um adicional ou uma "artoridadi" tivesse pegando no pé, né?

Na complementação da reportagem no site, tirei um parágrafo bastante interessante. Vejamos:
Tabela da reportagem do site Autoesporte
"O resultado mostrou uma divergência entre as normas de homologação das Nações Unidas e do Inmetro. Dos capacetes testados, apenas o Protork Evolution 3G se enquadra nos padrões europeus de homologação. Os outros cinco não poderiam ser vendidos em países do continente, por exemplo. Mas todos são autorizados para venda no mercado brasileiro. Se formos adiante e analisarmos a SHARP, cuja pontuação está na tabela acima, nenhum dos modelos obteve cinco estrelas nos testes de colisão."

Fonte: http://revistaautoesporte.globo.com/  em 31/01/2016


Válvula termostática


Uma das coisas que me preocupava no Fiesta era a válvula termostática. Não a válvula em si, mas o "cavalete" (carcaça). Uma das coisa que eu sabia que esta peça era que um dos pontos que carecem de cuidado, pois uma das paredes internas que separam suas câmaras pode quebrar, impedindo uma refrigeração adequada ao motor. A válvula fornecida pela montadora tem qualidade muito boa, apesar do corpo em plástico. Existem plásticos e plásticos. A tecnologia dos materiais artificiais evoluiu muito, mas sabe como é, no mundo existe o terceiro-mundo. Quero dizer que sempre vai ter um picareta para produzir e vender uma coisa sem qualidade, na certeza da impunidade. Uma irresponsabilidade que, se não fere diretamente a lei dos homens, fere a lei moral. Mas é tudo cara-de-pau.

Fiz uma pesquisa na internet sobre a oferta desta peça no mercado. Os preços praticados (aproximados) na pesquisa estão na tabela abaixo:


Preços do conjunto completo (carcaça, válvula e sensor)

Autel Maxiscan MS509


Nem tudo são flores. Como bom noob, acabei comprando uma cópia falsificada do scaner de diagnóstico da Autel.  Bem feito para mim. Achar que poderia ser um proprietário de um Autel gráfico por pouco mais de 100 reais. Tolinho. E ainda achar que a DX, cujo slogan é "Cheap Eletronic Gadgets for Sale at Dealextreme", seria mais confiável que o Ebay. Nenhum dos dois. O fake não faz nada. Deve ter uma cópia fajuta do chip ELM 327 e só.


Autel MS509 autêntico

Como estou entrando agora neste mundo da automação embarcada, o aprendizado tem sido bastante grande. É muita informação para quem parou no "platinado e condensador" e ficou vários anos sem dar a mínima para o que estava ocorrendo dentro dos carros. Bom, nunca fui de babar por este ou aquele modelo de carro que a mídia empurra para as massas, criando "desejos" subconscientes através do controle mental feito pelas propagandas. Acho que nasci meio vacinado para este tipo de coisa. Gosto de custo X benefício. É coisa de quem não está nadando em dinheiro. Dinheiro suado e honesto. Aliás meu retorno ao asfalto deu-se de uma maneira bastante inusitada. Resolvi tirar meu "atraso" em relação as tecnologias automobilísticas da qual eu gostava muito desde criança e parei de me atualizar por força dos compromissos profissionais e sociais que a vida impõem desde quando você começa a trabalhar, casa, separa, carreira, viagens, mudança de emprego, cidade, novo casamento, filhos, etc e tal. Para conhecer mais sobre ECU, me matriculei em um curso de injeção programável patrocinado pela Injepro quando abriram uma turma em Curitiba à noite. Verdade, nem sabia o que era injeção programável. Aliás nem sabia o que era injeção de combustível. Sou da época do Solex, Weber, Brosol, distribuidor.....
Imagina uma pessoa mais velha dentro de uma sala de aula, cercada por "tarados", discutindo 3 step, avanço, taxa, etc e tal. Pronto, o monstro do Alto da Boa Vista acordou! Fudeu!

Um professor Pardal encontra outro, Carlos, da Injepro. E ainda ganhei uma Injepro Light V2. Para que? Hehehehe, esta resposta eu já sabia!

Mas antes de sair montando um carro para track day, passei a estudar o assunto. E tem muita coisa que eu não sei, tenho que reconhecer. Até o valor de um scaner de verdade.

No próximo post eu não tenho ideia do que irei escrever. Deixa passar o feriado de carnaval. 







sábado, 23 de janeiro de 2016

Peças e malas prontas para ir para a Müller

A oficina Pro Muller é utilizada por algumas pessoas para preparação de carros, notadamente turbos. Junto com outras oficinas e preparadores daqui de Curitiba, ela foi bem recomendada e resolvi entregar o Fiesta nas mãos do Her (Herbert)  Muller. A oficina mantém-se focada em um serviço mais especializado e exclusivo na preparação de veículos a mais de 15 anos


Fui no primeiro dia das minhas férias levar o Fiesta lá. Quem me acompanhou foi minha filha de 6 anos que só me deixou sair se ela fosse junta. Como estava sem o banco traseiro, levei ela no banco da frente, coisa que nunca permitiria pois sou daqueles que defende que criança é no banco de trás e usando cadeirinha até atingir o peso adequado. Não é pela lei, é pela segurança, mas como estava tão feliz da atitude dela, que abri exceção. O percurso deve dar uns 3 kms por ruas secundárias e por causa do 4x1, não podia acelerar muito. Ela simplesmente "se achou" andando pela primeira vez no banco da frente e no carro "de corrida" do pai. Quando dei uma acelerada forte, ela falou: puxa, fiquei até com os cabelos arrepiados! Seis anos, meu orgulho!

Levei todas as peças que tinha garimpado nos últimos 6 meses:

  • Comando Carlini FOR2R fase 1
  • Cabeçote completo Rocam 1.6 Flex fase 1
  • Volante motor aliviado em peso (8 para 5 kg)
  • TBI completa Ford Mondeo 2.0 (55mm)
  • Injepro Light V2 (na caixa ainda). Já tinha antes de comprar o Fiesta.

Volante na balança: menos 3kg


Solicitei então que fosse feito o serviço do cabeçote, levando a taxa para até 15:1, não mais para não aumentar o risco de queimar junta toda hora. E 15:1 (álcool) já é uma baita taxa. Vai ficar quase uma abelinha. O Herbert tem um especialista em cabeçote (fluxo) e quando precisa fatiar e fazer sede e guia, ele usa a oficina Hércules que tem maquinário apropriado. Nem posso dar palpite, pois sei que cabeçote é broca. É para quem entende muito. Não sei o que será feito, mas tenho fé. O cabeçote Rocam já tem uma capacidade de fluxo quase no máximo. As válvulas já são inox de 40 e 34mm com haste fina. Pouquíssima restrição. Também já ouvi falar que teve quem colocasse 41 e 35mm. Não quero saber. Quero meu cabeçote fantástico. É o serviço mais caro da preparação. Se não for bem feito, pode-se perder até alguns cavalos em vez de ganhar. Não é só arrombar para aumentar a passagem dos fluídos, angular as sedes e deixar polidinho, lindinho. Tem que sintonizar com o plenum e com o escapamento no regime de rotação desejado. Chama-se fluxo dinâmico.

Falta ainda chegar uma ignição indutiva SparkPRO 2 da Fueltech. A Dubstore pediu duas semanas para me entregar. Alegou que a Fueltech está sem ela no estoque. E sem ela, não posso utilizar a Injepro. Paciência. Espero que não ferre o cronograma. Meu próximo compromisso é dia 14 de fevereiro, no AIC.

Paralelamente estou comprando via ML um conjunto completo de válvula termostática da MTE com cavalete de alumínio. Quero me livrar logo da válvula Vagabundex que veio com o carro. Nem sei se é o modelo de plástico ruim. Tem umas 3 marcas de plástico na praça. Uma dessas deve ser feito de plástico PET reciclado, uma bosta. O melhor é colocar logo um top. É mais caro? É. Mais, e o risco para a saúde do motor? Se for comprar cavalete, válvula e sensor separados, sai bem mais caro. 

Kit MTE

OBS: recebi os faróis e o volante Shutt. Tudo feito na China. Fazer o quê? O imposto cobrado em tudo que adquirimos e os encargos salariais que o governo estipula e que não retornam como assistência social, mas como "feitos" do governo (com nosso dinheiro e trabalho), encarecem qualquer coisa manufaturada aqui. A classe média que banca o governo e suas instituições não tem acesso as benesses, tem que pagar por fora. Populismo é uma merda. Virou ditadura "democrática" do proletariado. Os produtos que vem da China, com frete e imposto, saem mais barato do que os feito aqui. E de boa qualidade, gerando postos de trabalho... lá. Somos incompetentes para tudo. Viva Tashibra. Sinal de pouca inteligência.

Próximo post: definindo um cronograma realista




sábado, 16 de janeiro de 2016

Indo as compras mais uma vez

Neste post falarei sobre o novo lote de pequenas bugingandas que encomendei pela internet para complementar a transformação do Fiesta. O carro não será mais chamado de "de Desmanche" pois agora ele pertence a um casal diferente. E já demostrou uma personalidade forte, desde o início de sua nova vida


A diferença entre os casais que foram donos deste carro antes e depois, são tão diferentes que merecem até registro. A única coisa que sei dos antigos donos eram que deveriam fumar muito e não tinham filhos. O atual se conheceram em uma piscina, durante os treinos  de natação feitos durante o único tempo disponível que era a hora do almoço, quando a maioria vai se empanturrar de comida, mesmo não tendo muita fome. Em menos de 1 ano estavam casando e já falavam em ter o primeiro filho. Deus tem uma maneira própria de mostrar seu resplendor. Mesmo que você ainda não acredite. Duas cidades, dois estados diferentes, mais uma palavra em comum. Sabe qual?

Mais isto não tem nada haver com o assunto deste tópico. Vamos então nos ater aos detalhes das compras efetuadas recentemente para atender ao projeto de customização.

O painel de instrumentos, conforme o projeto inicial, constará de um suporte triplo que será afixado abaixo do painel original contendo um medidor de temperatura da água, do óleo e um de pressão, também do óleo. Estes foram adquiridos, a exceção das conexões de adaptação dos sensores. Quando fiz a compra deste set inicial, não tinha noção alguma de como seria a aquisição das informações. Agora tenho e sei que precisarei de fazer uma adaptação para colocar os sensores eletromecânicos. A algum tempo atrás, a medição era toda mecânica. Hoje, um sensor transforma a informação da temperatura ou da pressão em um sinal elétrico já no contato com o fluído e este é levado através de fios  para o medidor que na realidade é um galvanômetro (amperímetro ou voltímetro). Então faltava comprar os adaptadores. Pelo que pesquisei, o sensor de temperatura de água deverá ser colocado na mangueira superior do radiador, que para o Fiesta é bem fina. Encomendei um de 28mm. Para o óleo, peguei um adaptador que é colocado entre o filtro e o suporte original, com 3 saídas para varias necessidades como sensor de temperatura, de pressão e saída de óleo para lubrificação de turbina, se fosse o caso.


Sensor água

Sensor óleo


No lugar do rádio, construirei um suporte do tamanho 2 DIN, com a frente em fibra de vidro. O suporte interno será feito em chapa de alumínio que também será o suporte para o módulo de injeção programável. Na frente ficará um hall meter e o tacômetro. Este último já adquirido nas primeiras compras. O meu módulo é um Injepro Light V2 que só faz correção por banda estreita e, por enquanto, não comprarei uma sonda wide, então colocarei lá um hallmeter. Uma solução por wideband ainda é meio cara para meu objetivo e orçamento proposto. Desnecessário. Não é carro de arrancada. É só para brincar.

Laioute painel 2 DIN


Hallmeter

Ainda comporão o painel, uma chave geral, um botão de partida, uma tomada dupla USB e um voltímetro. Provavelmente terá ainda 1 ou 2 botões pequenos, do tipo "caça" ou redondo. Preciso de pelo menos 1 para adicionar uma função necessária que é o limpador traseiro. Estou sem esta função no comando de seta. O comando original foi trocado pelo antigo dono e, provavelmente colocou um sem esta função. Não sei porquê. Nem quero saber!

Chave geral

Botão starter
Tomada USB

Voltímetro
 Peguei também um gancho para rebocagem traseira. Na frente terá uma fita com este propósito. A fita, eu já tinha. Seja por xunning ou por utilidade, acho que dá um "ar racing" e eu curto isto.


Gancho traseiro

O custo ainda dependerá na taxação feita pela receita que é de 60% do valor de aquisição somado com o valor do frete. Putz, eles somam laranja com banana. Frete é mercadoria para ser tachada? Brasil.....

Aproveitei (ou joguei dinheiro fora) em um regulador de pressão para a linha de combustível. Não seria para usar como regulador, pois existem os mesmos "reguláveis" no nosso mercado. A bomba de combustível do Fiesta Rocam já trabalha acima de 3,5 bar. Os bicos, pelos menos os PICOS trabalham proporcionalmente entre 3 e 5 bar, podendo injetar mais com pressões maiores, até 5 bar. Provavelmente vou ter que fazer um upgrade de bico, um IWP043 ou outro, pois para arrancar mais cavalaria no álcool, precisarei injetar uns 400 CC/min e isso, o bico original não chega. O IWP043 mete isso mais com quase 5 bar. Então o regulador seria também para "medir" a pressão da linha e saber a quanto anda a bomba. Na pior das hipóteses paguei R$ 70,00 por um medidor. Azar



Regulador/medidor pressão combustível

Isto se chegar em minhas mãos. Eu sempre falo que compra feitas no exterior deve-se sempre considerar o fato de ser extraviada, sem nenhuma chance de recuperação pois aqui nada é sério. E nunca vai ser, tá? O  valor despendido em compras do e-bay e congêneres deve ser aquele que você pode perder sem fazer falta alguma. Tipo jogo de loteria. Dinheiro no ralo. E quanto ao prazo? Nenhuma pressa. Não dependa do produto para nada. Pode demorar 45 dias ou 90. Se chegar, sorte sua. Já furtaram coisas que mandei por sedex. E quem furtou? Funcionário da receita e não dos correios, acredite. Salário alto não torna a pessoa honesta. Prejuízo meu. Dependemos dos humores da coisa pública. E você sabe com quem está falando? Desacato ao funcionário público é crime sujeito a pena de morte por falência do sistema público de saúde. Foda-se eu, foda-se tu.

A essas compras realizadas via e-bay, também adquiri na connect parts, um jogo de farol (direito e esquerdo), xing-ling para reparar o carro. Como são faróis de fabricação terciária, para ficar igual (mesma porcaria), deve-se comprar um conjunto. Na realidade é bem mais barato que um original de segunda mão. Peguei junto um volante que estava em promoção pois o meu ficou torto com a pancada. Na realidade, o volante entortou foi porque eu travei as mãos antes de bater. Reação natural quando se espera uma pancada forte. A pancada não foi muito forte, mas o meu peso atual é...... putz.

Nem sei se vai ficar bonito. Enfim, era o único revestido por material aderente para pegada e com valor "pagável". Já disse que Sparco só na próxima encarnação. 



Em tempo: ontem recebi os cintos da Corbeau. Veio super bem embalados. O material é TOP. Apesar de serem modelos mais simples de 2", nada tem de parecido com alguns cintos chineses "racing" que tem a venda aqui no pais. São bem pesados. Consequência: vou ter que ir ver a qualidade dos bancos Car Bancos que fica próximo de onde moro. Tem o preço bem acessível. Já liguei a uns meses atrás e falei com uma moça lá. Fui muito bem recebido. Fiquei de marcar uma visita para ver de perto a qualidade e a ergonomia. 


Próximo post: peças e malas prontas para ir para a Müller

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

#Savetheaic

Estou de luto. Duplo. O primeiro golpe foi sair com meu carro danificado do TD de debut por causa de uma manobra de dois noobs e o segundo foi a confirmação do fim do Autódromo Internacional de Curitiba, o nosso AIC.


As notícias sobre a possibilidade do fim do autódromo não são recentes. A mais de dois anos que escuto este assunto. Como minha mente já possui um filtro anti-bullshit, muita coisa que é dita, isto é, disponibilizada via internet e repetida por idiotas como se fossem verdades absolutas, sem uma prévia análise de veracidade do teor e que, infelizmente, chegam a mim e por esta razão, acabo desconsiderando muita informação. Faço questão de não "sofrer por antecipação", pois até ações de defesa, se tomadas com muita antecedência, se tornam inócuas ou desnecessárias.

Uma das coisas que eu não sabia até agora era que um dos proprietários era também proprietário de uma organização que, infelizmente, é o ícone  de quem não consegue fazer nada que dá certo. Se mete em tudo e, quando tem a chance de fazer bons negócios, enfiam os pés pelas mãos. Parecem uma organização que tem reputação ilibada. Não! Só têm dinheiro. Não possuem timing. Lembam-se da Federação Paranaense de Futebol? Do estádio do Pinheirão? Isto mesmo. O que tem haver? Ué, investiga, criança.

Diante dos fatos, resta a lamentação......

Nada disso. Ações terão que ser feitas, por mim e por todos. Até lá, a consequência das notícias foram a antecipação do calendário de TD, com encontros praticamente mensais até junho e isto faz com que o meu planejamento de "obra de igreja" sofra uma alteração. A maior é que não tenho mais tempo para esperar as modificações que se fazem necessárias e a outra é exatamente consequência desta. Ficou meio paradoxo, não? Mas o que aconteceu foi o seguinte: os dois fatos enunciados no epígrafe deste post levaram a uma série de ações por minha parte, vejamos então as consequências.

A volta por cima


Fiquei o feriadão, se é que se pode chamar assim, a semana entre feriados natalinos e de reveillon viajando para o interior de Santa Catarina, fugindo do lugar comum a que os seres humanos tendem a se concentrar, mas também para dar uma assistência a outras atividades que tenho em paralelo e também descansar. Minha cabeça precisa de descanso pois o Tyco está estafado. O Teko foi passar o reveillon não sei aonde. Ate hoje não voltou. Na verdade procurava não pensar no que tinha que fazer no "Fiesta de Desmanche". Que oficina levar ele para verificar os estragos na suspensão. Não tinha a mínima ideia do que fora afetado. O resultado eu sabia. Estava tudo meio torto. Confesso que passou por mim um pensamento pessimista de que eu o teria perdido pois se, dependendo do que tivesse estragado na suspensão, não compensaria consertar. Minhas bandejas dianteiras eram embuchadas com PU e pouquíssimas oficinas aqui tinham preparo para este tipo de material. Os coilover também poderiam estar afetados e tinha sido um dos maiores investimentos até agora. A única coisa que sabia não estar danificada e eram de grande monta, foram os pneus. Pelo menos pareciam intactos. Na volta da viagem, na sexta-feira, primeiro dia deste ano, cheguei em casa e fui saber que era fato consumado a venda do AIC e o calendário de TDs até junho.

O que poderia fazer? Ora, endireitar o carro, preparar o motor e usá-lo até junho. Que mais? Por enquanto isso.

Na segunda-feira no fim da tarde, após o trabalho, fui até a oficina Pro Müller aqui perto e falei com o próprio Müller sobre o que queria fazer. Claro que fui no outro carro, pois o Festa estava parado da minha garagem, avariado. Como já tinha conversado com ele por telefone logo antes do Natal sobre deixar o carro lá, mas ele avisou que o espaço da oficina estava tomado e uma empreiteira já tinha deixado um caminhão no pátio, não seria muito seguro deixar o carro no pátio frontal durante o feriadão. Conversando com ele e, principalmente, falando sobre os custos de M.O. para um cuidado "personalizado", voltei de lá com as idéias mais claras. Sou muito DIY, mas não possuo muito tempo disponível. Os fds tenho uma família com três filhos pequenos para dar atenção e dividir meu diminuto tempo. Eles são minhas prioridades. Não que eu releve minhas atividades pessoais a um plano sem importância. Forço a barra para que isto não ocorra por um simples fato: mensanasincorporesano. Simples assim. Se não cuidar de si (ou ser feliz), como você vai cuidar dos outros (ou trazer felicidade para os outros). Abrir mão do direito de ser eu mesmo o preparador, foi meio que uma libertação, pois todo meu planejamento foi feito considerando que eu seria o meu preparador e esse negócio de "preparador", para mim, como ex-atleta, cheirava que nem "personal trainer", coisa que abominava pois a maioria não era atleta e não conheciam treinamento desportivo. E se achavam. Mas digamos assim, posso equivaler um preparador bom a um treinador especializado, uma pessoa que vai ajudar outra também dotada de algum conhecimento, a atingir uma performance melhor.

O Müller pediu que eu, antes de levar o carro e as peças lá, ajeitasse a suspensão pois precisaria do carro "em ordem de marcha". Então onde levar antes? Teria que ser uma oficina de suspensão para, pelo menos, dar um parecer sobre os estragos. Conversei com três delas, na Salgado Filho e levei em uma quarta, pertinho da minha casa. Foi uma decisão instintiva, pois nem conhecia ela direito. Foi uma das melhores decisões que tomei No dia seguinte estava com o carro pronto. Duas rodas desentortadas, gabaritadas e balanceadas, balança dianteira gabaritada (estava bem afetada), semi-eixo traseiro gabaritado (tinha sofrido pequena torção) e a meu pedido, cambagem negativa -1,5 graus, prisioneiros e porcas trocadas em todas as rodas. Só não fiz a lataria, também ligeiramente danificada e um farol quebrado. Preço? Muito barato! E, tanto a sócia, que me atendeu, como o técnico de suspensão foram super simpáticos e educados. Quer mais? Dou nome e endereço: Auto Center Américas na Capitão Leônidas Marques, 346.

O autódromo





Não vou contar a história do Autódromo Internacional de Curitiba que fica no município de Pinhais, região metropolitana de Curitiba. O município é bastante rico, possui várias industrias e empresas com uma boa renda per capta. Mas não faz nada pelo turismo. Aliás aqui no Paraná, os prefeitos são iguais ao do resto do país, são políticos, na acepção pejorativa da palavra. O autódromo é particular e não goza de nenhuma benesse pública. 

O AIC é meu velho conhecido a mais de 15 anos. Durante os anos de 2000 e 2004 fui ativo nas provas de triathlon amador e um dos lugares usados para treino foi o autódromo, que era franqueado aos atletas federados quando não tinha corrida de carros. Ligávamos para lá no sábado para saber se estava sendo usado e se não, podíamos ir até la no domingo, nos identificarmos com a carteira da Federação Paranaense de Triathlon na portaria e então fazíamos o nosso treino de transição que era simular a etapa de ciclismo, desmonte, calço dos tênis e saída para a etapa de corrida a pé. Segurança total. Não havia pessoas estranhas. Havia sim, bicicletas, algumas de valor bastante elevados, que podíamos deixar encostadas na mureta da pista enquanto estávamos correndo. Ninguém mexia. 

O futuro do autódromo eu já sei. O futuro do Fiesta de Desmanche, eu ainda vou construir!

Próximo post: Indo as compras mais uma vez

sábado, 9 de janeiro de 2016

Primeiro TD

Então entramos na pista. Como esperava, o Fiesta estava bem frouxo em rotações baixas e a subida de giro era parecido com carro 1.0. O torque tinha desaparecido com o novo escapamento dimensionado. Mas o ronco do motor era "potentozo"



Esperando para entrar na pista

Nosso objetivo era passear, visto que minha esposa já tinha decretado que eu não ia para a pista sem ela. Para minha surpresa ela nem estava aí para a situação onde os carros estão no limiar da aderência. Pegou o celular e passou a filmar e conversava normalmente. Nem parecia aquela garota que acordou séria e calada, transparecendo preocupação. 

Passamos a andar, mesmo sem muita potência tentado acompanhar os carros mais "normais". O Fiesta estava simplesmente fantástico nas curvas. Alguns carros que tentavam me acompanhar nas curvas, experimentaram algumas balançadas por perda de aderência. Só os "preparados" e os que possuíam controle eletrônico de estabilidade estavam abusando nas curvas. O resto andava pianinho e esperavam as retas para despejar a cavalaria. O meu conjunto estava perfeito. Nem sei dizer se era pela suspensão ou pelos fantásticos Michelin SP3. Mas o resto era só tomar ultrapassagens. Os turbões fazendo a festa nas retas e os marcas&pilotos esbanjando talento em qualquer situação. A pista fechou em determinado momento para a necessidade de retirar carros que tinha rodado e foram passear na grama. O circuito é muito bem projetado e por isso seguro. Mas é travado. Não dá para andar muito rápido. Não usei a quinta marcha nem no final do retão de 1 km. No final da reta, o velocímetro marcava quase 170 km/h, mas pela meu cálculo rotação x relação do câmbio, não devo ter chegado nem a 160 km/h. O freio também fez bonito. Em nenhum momento apresentou fading. Mas perto dos outros carros, até meu freio estava mostrando capacidade superior, muito devido ao binômio suspensãoxpneu.

O objetivo da preparação que estaria por vir ainda não é fazer o carro andar mais que todos, mas deixar o carro com uma tocada de um esportivo, dando potência e dirigibilidade de um carro que transmita ao piloto estar com um puro sangue de pista. Talvez andando junto com carros mais modernos como os Focus 2.0, New Fiesta 1.6, Golf 1.4 TSI, 308 THP e o recém lançado Sandero RS.

Veja o vídeo mostrado de um cockpit do Sandero RS 2.0 andando atrás do meu Fiesta. Apesar da diferença bem grande de potência em favor do Sandero, não foi tão fácil alcançar e ultrapassar o meu carro. Claro que um TD não é competição e tenho que deixar passar os carros mais rápidos, até para preservar a segurança de todos. Assim foi feito e assim tem que ser feito.



Este vídeo eu peguei na internet e editei. Se o autor não quiser que eu poste o vídeo, pode entrar em contato comigo que retirarei do ar.

No retorno para pista depois do segundo fechamento para retirada de algum carro, já estava meio entediado pois meu carro não tinha muita potência e já tínhamos andado bastante. Pensei comigo: vou andar mais um pouco, mas se  a pista fechar de novo, eu vou para casa. Afinal eu tenho três pequenas razões muito especiais me esperando e, praticamente, estávamos o domingo todo envolvidos no autódromo. Saudades das crias.


Acidente


Estava chegando no fim do retão e  tem um Mini preto devagar. Passei ele antes da curva e fiz a série de curvas da chincane que sucede o retão. Depois tem um pequeno trecho em aclive, praticamente em linha reta para um par de curvas longas. Neste ponto vejo pelo retrovisor outro Mini vermelho vindo forte. Os Minis são carros muito rápidos e possuem além de muita potência, toda a parafernália dos carros esportivos modernos como controle de tração, estabilidade, etc e tal. Abri então para o Mini passar, indo para fora do traçado, numa parte não muito usada, portanto suja  e escorregadia. Mas não ia atrapalhar a volta dele. Quando ele passou, voltei para trajetória normal. Eis que me deparo com o outro Mini preto na MINHA TRAJETÓRIA. Fui abrir a curva para mudar o traçado e o outro Mini que tinha me passado estavam logo depois, devagar. Ele tinha simplesmente diminuído a velocidade abruptamente, provavelmente um estava brincando com o outro e esperando para andarem juntinhos. Que romântico. Toquei no freio para diminuir a velocidade e não sair batendo neles. O meu carro atravessou. Consertei para não cruzar a pista pois podia vir outros carros e o lado do passageiro ficou exposto. Rodei 180 graus, esperados. Só que antes de consertar de novo, entrei na grama. Grama molhada não dá para fazer nada. Pelo menos ia deslizar e não capotar. Deslizei de lado uns 150 metros antes de bater no guardrail. O guardrail é feito para absorver as pancadas e não matar o motorista por decapitação, como muita gente pensa. Bati com a parte dianteira direita na altura da roda, o carro resvalou, deu um meio giro e bateu agora com a roda traseira. Antes de bater, quando deslizávamos de lado, minha esposa falou: vamos bater! Eu sabia, mas esperava que a velocidade ainda diminuísse bastante antes de chegar ao guardrail. Mas sabia que ia bater, forte ou fraco, mas ia bater. Bati fraco. Nem deixei o carro apagar. Meti uma primeira para sair dali logo. O carro andou mas percebia-se nitidamente que não estava mais normal. 

Fui devagarzinho para o box, espumando de raiva. Parei embaixo da torre, subi os 3 andares e entrei gritando com o diretor do evento porque não prestaram atenção nos dois minis ultrapassando em curva e fazendo merda na pista. Ele falou meio que sem graça que não era curva. Falei que era trajetória de curva e eles não podiam simplesmente diminuir a velocidade depois de me passar, até porque tinha dado passagem para o primeiro.

Sabia que eu não estava em condição de falar ou conversar racionalmente naquela situação. Conheço bem a mim mesmo e sei que o melhor é contar até 10, 1000, mil, até o cortisol baixar.

Fui ver o estado do meu carro, mas não ia adiantar muito. Estava bastante cego pela raiva. A preocupação agora era me controlar e ir logo para casa. Se esperasse muito ia acabar arrumando confusão e parar na polícia por subversão, crime eleitoral e homofobia. Afinal, crueldade com animal é crime ecológico. O meu lado instintivo dizia para ir atrás dos caras dos Minis, para dialogar pacificamente, pois como intelectual, averso à violência, sigo os mandamentos do guru Mawashi Geri. O que restava do meu lado racional estava concentrado em salvaguardar minha esposa. E eu sabia que o cortisol ia ser metabolizado mesmo, então era só uma questão dar tempo ao tempo.

Desci da torre, fui até o box onde tinha deixado as coisas que tirei do carro como estepe, ferramenta, banco traseiro e o galão de combustível suplementar. Nisso veio um rapaz falar comigo. Era um dos caras que estava no Mini preto, aquele que eu tinha ultrapassado. Ele falou que estava de passageiro e também não tinha entendido porque o Mini vermelho tinha diminuído tanto a velocidade. O Minis S sobra na pista. São carros que tem uma estabilidade fantástica, uma relação peso/potência muito favorável e aceitam bem preparações apimentadas.

Não estava mais com raiva. Digo uma coisa sobre o acidente: faz parte da brincadeira. Não quer se molhar, não saia na chuva.

O Mini vermelho, aquele que dei passagem e "parou" na curva tem uma preparação acima de 300 HP.  O gráfico deste Mini esta na internet na pagina da oficina que preparou ele. Trata-se de uma oficina dedicado a carros importados dos endinheirados de Curitiba.  Lembra-se do que falei em um post lá atrás sobre piloto de Play Station? Esse com certeza tem um PS4.





Fim de festa


Fui para casa devagarinho pois o carro estava bastante alterado. A minha decepção era tamanha que se tivesse um terreno baldio ali, eu deixava o carro e ia a pé para casa. Nem queria avaliar os estragos. 

Depois de "viver" toda a transformação do "Fiesta de desmanche", fazendo o carro do meu jeito e depois, vê-lo torto na sua estreia nas pistas, era uma situação de frustração muito forte. Eu, que nem estava incomodando com a falta de pegada do motor pois já tinha adquirido as peças para deixá-lo mais forte, ia dirigindo devagarinho os 5 km que separam minha casa do autódromo. Foi uma das piores viagens que fiz na minha vida. Esqueci até de tirar os adesivos que cobrem as placas. Sorte minha que o único carro da polícia que cruzei estava indo no lado oposto. 

Cheguei em casa, sai do carro e nem quis olhar para trás. O sentimento naquela hora é de brochamento, tipo tudo perdeu a graça. Quem estava de fora da minha mente, isto é, qualquer um, não podia avaliar o que estava se passando dentro de mim. Um castigo? Não sei dizer até hoje. Talvez tenha até sido. Quem mandou eu ter uma recaída de felicidade? Será que a minha sina é só se fuder na vida enquanto todo mundo tem direito a se divertir?


Detalhe da batida atrás

Volante entortado

Frente danificada
Depois de abaixar a poeira, eu perguntei para a minha mulher se ela não tinha tido medo de andar comigo no autódromo. Ela respondeu sem nenhuma cerimônia: Não! Eu tenho confiança em você!

E eu te amo muito, Zanza!


#Savetheaic no próximo post!

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Dia de pista

Finalmente chegou o dia 20 de dezembro. Acordo cedo, tomo cafe com minha mulher. Ela está meio calada. Sei que está tensa. Só assinou o termo de isenção de responsabilidades na véspera. Os termos deixaram ela bastante tensa pois falava em possibilidade de morte, acidente grave etc e tal. 


Para mim era meio banal. Faz parte de qualquer atividade "adrenalítica", como BASE jumping, mergulho, paraglider, ultraleve, etc. Qualquer atividade tem seu risco intrínseco. Ate coçar o saco. Sou viciado em adrenalina e tenho claustrofobia. Ponto final.

Já estava acostumado a levar carros no seus limites e até acima dele. Não sabia exatamente como o "Fiesta de Desmanche" se comportaria e qual era o seu limite, pois tinha acabado de montá-lo, tendo pouquíssimo contato com ele. O carro era um ilustre desconhecido para mim. As características do carro como estava agora não tinha nada haver com um Fiesta de rua. Apenas o comportamento neutro dele se manteve, que para mim é o melhor, pois permite uma derrapagem controlada sem perda de velocidade. Eu me refiro a isto como "derrapar nas 4". Esta característica difere um pouco do Ford Ka que é bem mais leve e é um pouco sobresterçante, isto é, tende a sair de traseira. Tem muita gente que gosta, mas tem que ficar esperto pois pode dar um susto se o piloto não estiver preparado para perder a traseira. Fora isto, é drifting puro. Tesão.

Esperava que a chuva que vinha ocorrendo a semana toda desse uma trégua no domingo e eu pudesse estrear o carro em pista seca. Tinha falado para minha esposa que daríamos umas voltas para eu me ambientar com o carro e com o circuito e se a pista estivesse seca, queria entrar sem ela para socar umas voltas e ver qual era o tempo que conseguiria fazer com o carro.

Acho que assustei ela mais ainda. Ela me perguntou se eu queria fazer isso mesmo. Deve ter pensado que o louco do marido ia sair arvorado, "sangue nois oio" e se estrupiar todo. Não era nada disso. É que com ela na boleia, eu fico muito preocupado que aconteça alguma coisa, que até é normal neste tipo de coisa. Preciso estar 100% focado no comportamento do carro e na pista. Não gostaria de colocar em nenhum momento em risco a mãe dos meus filhos e o meu eterno amor. Mas um detalhe importante é claro, o carro ficaria mais leve (um pouquinho só, tá?) para melhorar o desempenho. Mas se eu falasse esse detalhe, minha vida terminaria antes de entrar na pista.

A minha intenção era entrar com um acerto mais duro para evitar um pouco a transferência de peso em curvas de baixa e diminuir o rolamento na frente, porque se não estivesse chovendo, queria fazer umas voltas no limite para ver quanto conseguiria de tempo com o carro ainda standard de motor para ter como compará-lo no futuro. Levantei o carro para tirar a roda e ajustar a suspensão dianteira em altura e pressão. Os amortecedores traseiros não tinham regulagem de carga, mas já estavam ajustados com uma carga de 40% acima do normal de um amortecedor original. Quando fui tirar um dos parafusos da roda esquerda, vejo que o prisioneiro  estava rodando em falso. Puta que pariu, gritei na hora. São aquelas porcarias de chave de impacto pneumática que as oficinas "fast food" usam. São ótimas para esculhambar as rodas dos carros. Não podia fazer nada agora mesmo. A regulagem ficou como estava. Não tem remédio, remediado tá! No fim foi até bom pois andei com a pista molhada e o ajuste que estava favorecia este tipo de condição.

Choveu bastante pela manhã. A tarde, a chuva deu uma trégua. Chuviscou um pouco esporadicamente. Foi com este tempo que entrei na pista. Como só me inscrevi para a sessão da tarde (ixi, parece repeteco da globo), dei sorte. A pista não estava seca, mas também não tinha muitas poças d'água. Algumas poças ainda permaneciam, mas não estavam em lugares que fossem incomodar. Após o briefing, onde foi ressaltado a proibição de ultrapassagem em curvas, afinal track day não é competição, é diversão, eu e minha esposa fomos colocar as câmeras nos dois suportes do carro, sendo um no vidro traseiro, preso por ventosa e outro no centro do painel, fixado por uma fita dupla face apropriada.

Pôrra de Canon


As câmaras não eram nenhuma Go Pro. Eram câmeras fotográficas compactas comuns que seriam usadas como filmadoras. Na frente coloquei uma antiga Nikon Cooolpix L10, uma das mais simples que a Nikon fez a quase 10 anos atrás. Como máquina fotográfica já não atendia, mas como uma filmadora 640x480 ia bem. Atrás coloquei uma Canon Powershot SX230 HS, também compacta, que tinha capacidade full HD,  uma compacta top, com estabilizador de imagem, GPS e o caralho à quatro.  

Mas a Canon sacaneou o mundo inteiro quando passou a usar baterias "proprietárias" e é quase um modelo de bateria para cada modelo de câmera. A câmera virou um trambolho por causa da autonomia mínima da bateria. Tinha uma segunda bateria de reserva que comprei junto com a câmera na Best Buy, mas de marca paralela. Esta bateria tinha deixado de funcionar do nada a 1 ano. Também nem fazia falta,  pois a autonomia dela era bem menor que a original. Detalhe: a câmara não aceita alimentação de energia pelo USB. Estou para fazer uma fonte para alimentar ela de uma tomada 12V ou usar algum diodo para alimentar de uma fonte USB. Até no quesito de tensão a Canon não ajuda. No meu modelo, a tensão é 3,7 V. Só que com essa tensão, ela nem liga. Maior que 4,2V ela se auto-desliga. Se quiser usá-la como câmara de vídeo, tem que fazer uma fonte boa. Ou então você joga a câmera fora que também não deixa de ser uma boa opção. Não vale a pena comprar um monte de bateria reserva. Você se lembra dos celulares Motorola PT550?


Por causa do tamanho e do design da máquina, ficou horrível para tirar fotografias. É uma câmera excelente no quesito ajuste e qualidade das fotografias (e vídeos) mas não tem ergonomia nem autonomia. Elefante branco. O meu celular meia-boca é melhor. Mas sou da opinião que cada qual na sua função. Quer fotografar, compre uma maquina boa. Existem umas câmeras compactas médias super ergonômicas que não devem nada para as prós. Esse negócio de câmera compacta para levar no bolso é besteira. Lá já está ocupado pelo celular que faz tudo e ainda tem Angry Bird e Bad Piggies. Sou (ou era) fã das Canon, e de carteirinha. Bateram a minha carteira, digo, paciência. A minha primeira câmera digital foi uma Canon A510 que usava 2 baterias AA recarregáveis. Foi escolhida a dedo entre muitas. Era ótima. Ajustes visto apenas em máquinas top. As imagens eram excelentes apesar dos míseros 3.2MP, normal na época em que foi lançada. Valeu cada centavo gasto nela. Mas ela só filmava 30 segundos. Nesta época, falar em filmar com máquina fotográfica era para leigo, pois tinham filmadoras digitais, caríssimas, onde as melhores possuíam um HD interno. Hoje se faz cinema com máquinas fotográfica com direito a ganhar Oscar. Mas nesta época a tecnologia não permitiria ler cartão com mais de 512MB. Porra de Canon, nem para peso de papel serve.


Veja o filme da estreia do carro com direito a trilha sonora e edição (Movie Maker) feito na Nikon L10





Músicas


Sirenia 
Seti 
Album The Seventh Life Path

Within Templation 
Faster
Album Faster

 Bunny and the Bear 
Ocean Flor
Album If You Don't Have Anything Nice To Say





Track day no próximo post.