terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Dingobell: track day de Natal

Meu presente de Natal. Recebo um e-mail sobre o evento a ser realizado no dia 20/12 no Autódromo Internacional de Curitiba, o AIC


Coração a mil, pois achava que a estreia seria apenas no ano de 2016 e eu estava louco para sentir meu Fiestinha “de desmanche”. Mas para isso precisava fazer mais uma coisa. Já tinha um CAI Race Chrome comprado na Tunning Parts daqui de Curitiba e iria para pista pelo menos stage 1 (ou quase). Mas o carro tinha que ficar barulhento porque carro silencioso em pista ninguém é obrigado a (não) escutar......


Escapamento

Tinha conversado com o Paulo da Escapepar uns 2 meses atrás sobre as possibilidades para um Fiesta. Na realidade ainda não tinha decidido nada pois imaginava a estreia no ano seguinte, depois de eu retornar de férias em janeiro. Tinha a possibilidade de colocar um 4X1 da Binho, pois já tinha trocado e-mails com eles ou até mesmo mandar fazer um em inox. Sei lá, possibilidades existiam, mas não tinha parado para pensar nisto por que o  orçamento destinado para gastar no carro este ano já tinha acabado e só tinha previsão de colocá-lo na pista em 2016.




Liguei para o Paulo e marquei então um dia para ele montar um 4X1 para o meu carro. A Escapepar fica bem perto de casa. Sorte minha que ainda tinham agenda antes do TD do dia 20, pois eles têm bastante serviço. Mantêm-se no foco do que eles fazem e isto é bom para todo mundo. A única coisa que até agora não consegui entender é por que ele não gosta de usar fita térmica para proteger do calor o cofre do motor. Ele afirma que o aço apodrece dentro da fita. Ora o aço carbono galvanizado em escapamento não dura muito mais que uns cinco anos mesmo. O próprio revestimento zincado já vai para o brejo quando recebe solda. Confesso que não vi lógica e nem referência sobre esta prática. Aliás, o que vejo é muita gente usando termotape, aspirado ou turbinado.

Bom, se ele não quis colocar, não sou eu que vou fazê-lo. A única preocupação minha era a bobina marca EURO que poderia ter seu destino antecipado pelo calor dos dutos. Mas o Paulo alertou que a temperatura iria até diminuir, pois a dissipação dos gases era bem mais rápida. Como o carro tinha a previsão de receber uma preparação mais forte no futuro, ele disse que iria fazer a saída em 2 polegadas que para aspirado era até bastante folgada, mesmo para um motor 2.0. Falou que pelas mudanças na perda de pressão na saída, o carro perderia bastante torque, ficando mais frouxo. Fez então um 4x1, retirando toda a tubulação original (que guardei), sem catalisador e com um JK no final. O carro ficou com um som fantástico, bem grave, mas totalmente sem a pegada  característica do motor Rocam 1.6 original, que tinha uma arrancada digna de muito carro 2.0 moderno. O comando original tem uma graduação de duração muito baixa, o que facilita esta característica, mas o cabeçote 8V muito bem projetado, quase no limite de fluxo máximo teórico possível, faz deste motor, uma verdadeira obra prima. E eu estragando a obra.

Tudo bem, os planos serão malignos mesmo no futuro. Não agora, mas ter um ronco legal no 1º Track Day não tem preço.

Mas numa destas saídas de sábado para ajeitar isto ou aquilo, chego com minha filhota e ... pauuuuu na quina da escada da minha vizinha. Ssssss! Pneu da frente no chão com um baita rasgo. Ainda bem que era um dos baiacu. Antecipo então a substituição para os pneus Michelin em rodas 15X6 da Eco. Ficou lindão o carro. Fechou um pouco a caixa de roda, dando aspecto compacto ao conjunto. Só precisava baixar um pouco a traseira para entrar na pista bonito.



  

Freios

Acertando os últimos detalhes no carro para sua estreia, tinha que resolver uma coisa que estava me incomodando muito. Os freios do Fiesta que eu supunha serem iguais ao antigo Fiesta da minha esposa que tinha ABS com discos ventilados, usados também na Ecosport e eram muito bons, mas com estes freios que estavam no meu carro, não tinha condição alguma de ir para uma pista na condição que se apresentavam. Apesar de estarem com as pastilhas e discos quase novos, reputei a condição a utilização de material de 2ª linha na revisão feita pelos antigos donos e saí para comprar um par de discos Fremax e pastilhas Ecopads, mais macias. No fim de semana que antecederiam o TD, fui debaixo da chuva com uma barraca de praia a me proteger, fazer a troca dos mesmos. 




Surpresa! As pastilhas serviram perfeitamente mais os discos não! Caí do cavalo. Para mim, que jurava estar com sistema de 258mm pois os discos originais eram ventilados e não os diminutos discos sólidos dos Fiestas 1.nada e dos Ka. Fui traído pelo meu excesso de confiança. Os discos não entravam nas pinças, quer dizer, até entravam, mas não permitiam ser aparafusados pois estas eram para discos de 239mm. Então estava aí o problema da deficiência dos freios: área de contato disco X pastilha. As pastilhas Ecopads não fizeram diferença alguma. O freio continuava ruim para uma pista. Tava excelente para ir até o supermercado, mas não freiar forte no final de um retão a 160 km/h para fazer uma chicane a míseros 80 km/h.

Saída de emergência:  consegui no ML um par de pinças 555 e 556 novas e frete para ontem. As que estavam no carro eram 511 e 512. Paralelamente consegui ainda um jogo de pastilhas “para Ecosport” cerâmica da Bosch. Esquece a tal da Fraslee Ceramax. É saci pererê. Todo mundo já ouviu falar, mas ninguém viu ou tem para vender.

Não tenho mais tempo disponível então pego as pastilhas na mão, pinças na outra, discos debaixo do braço, adicionam-se ainda dois frascos de DOT 5.1 e vou até a Benetti. Mais uma vez eles quebram uma para mim: carro de alicate novo às vésperas do DIA 20.

O freio agora do jeito que queria, o carro estava pronto para estreia. Pelo menos com o mínimo que eu julgava necessário para entrar na pista. Potência viria depois, nas próximas etapas.


Capacetes

Neste meio tempo comprei um par de capacetes Protork para mim e para minha esposa que iria comigo de co-pilota. Ia para passear na pista e tentar não atrapalhar. Tinha noção da realidade do meu carro em termos de potência e conhecia bem os carros que normalmente participavam nos trackdays. 


O capacete Protork é muito barato e são muito bem construídos. Não sei como alguém paga Milão por capacete muito pior do que os Protork,  só por causa da marca. Vou te dizer: não custaram 200 reais e são bem bons. Os capacetes que andei vendo por aí, inclusive os BELL que eram meus ícones de tempo atrás, não valem o preço que cobram por eles. Tem  capacete custando mais de 2 mil reais que simplesmente parecem Pop Art, digna de um Andy Warhol. Engraçado que a Protork fazia baú de entregador de moto e está fazendo excelentes capacetes. E baratos. Ninguém assume que usa coisa ruim mesmo, né ? E nem se tocam em procurar alguma coisa melhor ou diferente. Acho que quando nós assumimos os erros e equívocos, evoluímos. Mas no Brasil, tá difícil evoluir. Aqui já fazemos tudo errado mesmo. É a nossa natureza. Desde 1500.

Agora se você me falar que a norma que regulamenta os ensaios que o Inmetro submetem os capacetes são ridículas, eu concordo. Mas eles são sérios: proibiram os capacetes coquinho. Porra, como vou fazer batida agora?

Pronto para a estreia

Alguns ajustes na altura da suspensão. Precisei rebater um pouquinho a parte de cima da aba interna dos para-lamas dianteiros por causa do local onde ficava um parafuso de fixação do para-barro. Estava pegando um pouco quando entrava mais forte numa curva. Quanto ao para-barros, cortei a metade da frente, mais deixei a parte de trás para poder rebater melhor a aba e também permitir uma ventilação desimpedida dos discos. O carro não tem farol de neblina, então a grade onde fica o farol em alguns modelos, permite também uma melhor tomada de ar na altura do disco. O carro estava preparado para seu debut na pista do AIC

Carro pronto para estrear

Futuro: FOR2R na mão

Também nas duas semanas que antecederam o TD, tive a oportunidade de fechar negócio na compra de um comando Carlini FOR2 fase 1 lá no FORDHP de um rapaz do Rio Grande do Sul e que era o que eu queria. Aliás, ele é que estreou como leitor o meu blog, pois tinha acabado conceber a ideia de montar um blog para publicar o que já vinha escrevendo ao invés de publicar em fórum pela inconsistência destes. Já fui assíduo no antigo ForumPCs que versava sobre micros e overclock a mais de 10 anos atrás. Daí o nome Mad Dick que era meu "nick" lá.

Eu já havia trocado correspondência com o Carlini e iria adquirir um comando destes no próximo ano,  próxima etapa de preparação. O preço era de uns 1400 com o frete. Era a graduação que ele tinha me aconselhado para uso com injeção programável. Tinha faixa de rotação até 7700 rpm entre marchas. Consegui praticamente pela metade do preço. Este comando só pode ser usado com um mapeamento da injeção diferente do original. Mas permite ainda um uso "civil" pois dá para acertar a marcha lenta pela injeção sem ficar embaralhando.


Uma das coisas que faz falta nos fóruns atuais são as imagens que são muito importantes, tanto para um tutorial DIY como para ilustrar textos inúteis como este. Nos fórums, os links de imagem acabam ficando quebrados, gerando frustração. 

Gosto de escrever. Mal de filho de professores. Alias até fui um, com direito a ser funcionário público federal concursado, mas com salário de professor não dá. Exerci o magistério durante exatos dois anos, dois meses e 22 dias (é como está no meu certificado) no antigo CEFET atual UTFPR. Lecionava matérias do curso técnico de eletrotécnica. Antes que me perguntem, pedi demissão, pois não precisava deste sacerdócio e tinha outras atividades. Mas devo confessar que aprendi mais com meus alunos do que eles provavelmente aprenderam comigo. O pior que a minha mãe é escritora também. É claro que falo isto por que quem escreve é  que gosta de escrever e não por profissão.




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