quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Dia de pista

Finalmente chegou o dia 20 de dezembro. Acordo cedo, tomo cafe com minha mulher. Ela está meio calada. Sei que está tensa. Só assinou o termo de isenção de responsabilidades na véspera. Os termos deixaram ela bastante tensa pois falava em possibilidade de morte, acidente grave etc e tal. 


Para mim era meio banal. Faz parte de qualquer atividade "adrenalítica", como BASE jumping, mergulho, paraglider, ultraleve, etc. Qualquer atividade tem seu risco intrínseco. Ate coçar o saco. Sou viciado em adrenalina e tenho claustrofobia. Ponto final.

Já estava acostumado a levar carros no seus limites e até acima dele. Não sabia exatamente como o "Fiesta de Desmanche" se comportaria e qual era o seu limite, pois tinha acabado de montá-lo, tendo pouquíssimo contato com ele. O carro era um ilustre desconhecido para mim. As características do carro como estava agora não tinha nada haver com um Fiesta de rua. Apenas o comportamento neutro dele se manteve, que para mim é o melhor, pois permite uma derrapagem controlada sem perda de velocidade. Eu me refiro a isto como "derrapar nas 4". Esta característica difere um pouco do Ford Ka que é bem mais leve e é um pouco sobresterçante, isto é, tende a sair de traseira. Tem muita gente que gosta, mas tem que ficar esperto pois pode dar um susto se o piloto não estiver preparado para perder a traseira. Fora isto, é drifting puro. Tesão.

Esperava que a chuva que vinha ocorrendo a semana toda desse uma trégua no domingo e eu pudesse estrear o carro em pista seca. Tinha falado para minha esposa que daríamos umas voltas para eu me ambientar com o carro e com o circuito e se a pista estivesse seca, queria entrar sem ela para socar umas voltas e ver qual era o tempo que conseguiria fazer com o carro.

Acho que assustei ela mais ainda. Ela me perguntou se eu queria fazer isso mesmo. Deve ter pensado que o louco do marido ia sair arvorado, "sangue nois oio" e se estrupiar todo. Não era nada disso. É que com ela na boleia, eu fico muito preocupado que aconteça alguma coisa, que até é normal neste tipo de coisa. Preciso estar 100% focado no comportamento do carro e na pista. Não gostaria de colocar em nenhum momento em risco a mãe dos meus filhos e o meu eterno amor. Mas um detalhe importante é claro, o carro ficaria mais leve (um pouquinho só, tá?) para melhorar o desempenho. Mas se eu falasse esse detalhe, minha vida terminaria antes de entrar na pista.

A minha intenção era entrar com um acerto mais duro para evitar um pouco a transferência de peso em curvas de baixa e diminuir o rolamento na frente, porque se não estivesse chovendo, queria fazer umas voltas no limite para ver quanto conseguiria de tempo com o carro ainda standard de motor para ter como compará-lo no futuro. Levantei o carro para tirar a roda e ajustar a suspensão dianteira em altura e pressão. Os amortecedores traseiros não tinham regulagem de carga, mas já estavam ajustados com uma carga de 40% acima do normal de um amortecedor original. Quando fui tirar um dos parafusos da roda esquerda, vejo que o prisioneiro  estava rodando em falso. Puta que pariu, gritei na hora. São aquelas porcarias de chave de impacto pneumática que as oficinas "fast food" usam. São ótimas para esculhambar as rodas dos carros. Não podia fazer nada agora mesmo. A regulagem ficou como estava. Não tem remédio, remediado tá! No fim foi até bom pois andei com a pista molhada e o ajuste que estava favorecia este tipo de condição.

Choveu bastante pela manhã. A tarde, a chuva deu uma trégua. Chuviscou um pouco esporadicamente. Foi com este tempo que entrei na pista. Como só me inscrevi para a sessão da tarde (ixi, parece repeteco da globo), dei sorte. A pista não estava seca, mas também não tinha muitas poças d'água. Algumas poças ainda permaneciam, mas não estavam em lugares que fossem incomodar. Após o briefing, onde foi ressaltado a proibição de ultrapassagem em curvas, afinal track day não é competição, é diversão, eu e minha esposa fomos colocar as câmeras nos dois suportes do carro, sendo um no vidro traseiro, preso por ventosa e outro no centro do painel, fixado por uma fita dupla face apropriada.

Pôrra de Canon


As câmaras não eram nenhuma Go Pro. Eram câmeras fotográficas compactas comuns que seriam usadas como filmadoras. Na frente coloquei uma antiga Nikon Cooolpix L10, uma das mais simples que a Nikon fez a quase 10 anos atrás. Como máquina fotográfica já não atendia, mas como uma filmadora 640x480 ia bem. Atrás coloquei uma Canon Powershot SX230 HS, também compacta, que tinha capacidade full HD,  uma compacta top, com estabilizador de imagem, GPS e o caralho à quatro.  

Mas a Canon sacaneou o mundo inteiro quando passou a usar baterias "proprietárias" e é quase um modelo de bateria para cada modelo de câmera. A câmera virou um trambolho por causa da autonomia mínima da bateria. Tinha uma segunda bateria de reserva que comprei junto com a câmera na Best Buy, mas de marca paralela. Esta bateria tinha deixado de funcionar do nada a 1 ano. Também nem fazia falta,  pois a autonomia dela era bem menor que a original. Detalhe: a câmara não aceita alimentação de energia pelo USB. Estou para fazer uma fonte para alimentar ela de uma tomada 12V ou usar algum diodo para alimentar de uma fonte USB. Até no quesito de tensão a Canon não ajuda. No meu modelo, a tensão é 3,7 V. Só que com essa tensão, ela nem liga. Maior que 4,2V ela se auto-desliga. Se quiser usá-la como câmara de vídeo, tem que fazer uma fonte boa. Ou então você joga a câmera fora que também não deixa de ser uma boa opção. Não vale a pena comprar um monte de bateria reserva. Você se lembra dos celulares Motorola PT550?


Por causa do tamanho e do design da máquina, ficou horrível para tirar fotografias. É uma câmera excelente no quesito ajuste e qualidade das fotografias (e vídeos) mas não tem ergonomia nem autonomia. Elefante branco. O meu celular meia-boca é melhor. Mas sou da opinião que cada qual na sua função. Quer fotografar, compre uma maquina boa. Existem umas câmeras compactas médias super ergonômicas que não devem nada para as prós. Esse negócio de câmera compacta para levar no bolso é besteira. Lá já está ocupado pelo celular que faz tudo e ainda tem Angry Bird e Bad Piggies. Sou (ou era) fã das Canon, e de carteirinha. Bateram a minha carteira, digo, paciência. A minha primeira câmera digital foi uma Canon A510 que usava 2 baterias AA recarregáveis. Foi escolhida a dedo entre muitas. Era ótima. Ajustes visto apenas em máquinas top. As imagens eram excelentes apesar dos míseros 3.2MP, normal na época em que foi lançada. Valeu cada centavo gasto nela. Mas ela só filmava 30 segundos. Nesta época, falar em filmar com máquina fotográfica era para leigo, pois tinham filmadoras digitais, caríssimas, onde as melhores possuíam um HD interno. Hoje se faz cinema com máquinas fotográfica com direito a ganhar Oscar. Mas nesta época a tecnologia não permitiria ler cartão com mais de 512MB. Porra de Canon, nem para peso de papel serve.


Veja o filme da estreia do carro com direito a trilha sonora e edição (Movie Maker) feito na Nikon L10





Músicas


Sirenia 
Seti 
Album The Seventh Life Path

Within Templation 
Faster
Album Faster

 Bunny and the Bear 
Ocean Flor
Album If You Don't Have Anything Nice To Say





Track day no próximo post.

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