sábado, 23 de janeiro de 2016

Peças e malas prontas para ir para a Müller

A oficina Pro Muller é utilizada por algumas pessoas para preparação de carros, notadamente turbos. Junto com outras oficinas e preparadores daqui de Curitiba, ela foi bem recomendada e resolvi entregar o Fiesta nas mãos do Her (Herbert)  Muller. A oficina mantém-se focada em um serviço mais especializado e exclusivo na preparação de veículos a mais de 15 anos


Fui no primeiro dia das minhas férias levar o Fiesta lá. Quem me acompanhou foi minha filha de 6 anos que só me deixou sair se ela fosse junta. Como estava sem o banco traseiro, levei ela no banco da frente, coisa que nunca permitiria pois sou daqueles que defende que criança é no banco de trás e usando cadeirinha até atingir o peso adequado. Não é pela lei, é pela segurança, mas como estava tão feliz da atitude dela, que abri exceção. O percurso deve dar uns 3 kms por ruas secundárias e por causa do 4x1, não podia acelerar muito. Ela simplesmente "se achou" andando pela primeira vez no banco da frente e no carro "de corrida" do pai. Quando dei uma acelerada forte, ela falou: puxa, fiquei até com os cabelos arrepiados! Seis anos, meu orgulho!

Levei todas as peças que tinha garimpado nos últimos 6 meses:

  • Comando Carlini FOR2R fase 1
  • Cabeçote completo Rocam 1.6 Flex fase 1
  • Volante motor aliviado em peso (8 para 5 kg)
  • TBI completa Ford Mondeo 2.0 (55mm)
  • Injepro Light V2 (na caixa ainda). Já tinha antes de comprar o Fiesta.

Volante na balança: menos 3kg


Solicitei então que fosse feito o serviço do cabeçote, levando a taxa para até 15:1, não mais para não aumentar o risco de queimar junta toda hora. E 15:1 (álcool) já é uma baita taxa. Vai ficar quase uma abelinha. O Herbert tem um especialista em cabeçote (fluxo) e quando precisa fatiar e fazer sede e guia, ele usa a oficina Hércules que tem maquinário apropriado. Nem posso dar palpite, pois sei que cabeçote é broca. É para quem entende muito. Não sei o que será feito, mas tenho fé. O cabeçote Rocam já tem uma capacidade de fluxo quase no máximo. As válvulas já são inox de 40 e 34mm com haste fina. Pouquíssima restrição. Também já ouvi falar que teve quem colocasse 41 e 35mm. Não quero saber. Quero meu cabeçote fantástico. É o serviço mais caro da preparação. Se não for bem feito, pode-se perder até alguns cavalos em vez de ganhar. Não é só arrombar para aumentar a passagem dos fluídos, angular as sedes e deixar polidinho, lindinho. Tem que sintonizar com o plenum e com o escapamento no regime de rotação desejado. Chama-se fluxo dinâmico.

Falta ainda chegar uma ignição indutiva SparkPRO 2 da Fueltech. A Dubstore pediu duas semanas para me entregar. Alegou que a Fueltech está sem ela no estoque. E sem ela, não posso utilizar a Injepro. Paciência. Espero que não ferre o cronograma. Meu próximo compromisso é dia 14 de fevereiro, no AIC.

Paralelamente estou comprando via ML um conjunto completo de válvula termostática da MTE com cavalete de alumínio. Quero me livrar logo da válvula Vagabundex que veio com o carro. Nem sei se é o modelo de plástico ruim. Tem umas 3 marcas de plástico na praça. Uma dessas deve ser feito de plástico PET reciclado, uma bosta. O melhor é colocar logo um top. É mais caro? É. Mais, e o risco para a saúde do motor? Se for comprar cavalete, válvula e sensor separados, sai bem mais caro. 

Kit MTE

OBS: recebi os faróis e o volante Shutt. Tudo feito na China. Fazer o quê? O imposto cobrado em tudo que adquirimos e os encargos salariais que o governo estipula e que não retornam como assistência social, mas como "feitos" do governo (com nosso dinheiro e trabalho), encarecem qualquer coisa manufaturada aqui. A classe média que banca o governo e suas instituições não tem acesso as benesses, tem que pagar por fora. Populismo é uma merda. Virou ditadura "democrática" do proletariado. Os produtos que vem da China, com frete e imposto, saem mais barato do que os feito aqui. E de boa qualidade, gerando postos de trabalho... lá. Somos incompetentes para tudo. Viva Tashibra. Sinal de pouca inteligência.

Próximo post: definindo um cronograma realista




sábado, 16 de janeiro de 2016

Indo as compras mais uma vez

Neste post falarei sobre o novo lote de pequenas bugingandas que encomendei pela internet para complementar a transformação do Fiesta. O carro não será mais chamado de "de Desmanche" pois agora ele pertence a um casal diferente. E já demostrou uma personalidade forte, desde o início de sua nova vida


A diferença entre os casais que foram donos deste carro antes e depois, são tão diferentes que merecem até registro. A única coisa que sei dos antigos donos eram que deveriam fumar muito e não tinham filhos. O atual se conheceram em uma piscina, durante os treinos  de natação feitos durante o único tempo disponível que era a hora do almoço, quando a maioria vai se empanturrar de comida, mesmo não tendo muita fome. Em menos de 1 ano estavam casando e já falavam em ter o primeiro filho. Deus tem uma maneira própria de mostrar seu resplendor. Mesmo que você ainda não acredite. Duas cidades, dois estados diferentes, mais uma palavra em comum. Sabe qual?

Mais isto não tem nada haver com o assunto deste tópico. Vamos então nos ater aos detalhes das compras efetuadas recentemente para atender ao projeto de customização.

O painel de instrumentos, conforme o projeto inicial, constará de um suporte triplo que será afixado abaixo do painel original contendo um medidor de temperatura da água, do óleo e um de pressão, também do óleo. Estes foram adquiridos, a exceção das conexões de adaptação dos sensores. Quando fiz a compra deste set inicial, não tinha noção alguma de como seria a aquisição das informações. Agora tenho e sei que precisarei de fazer uma adaptação para colocar os sensores eletromecânicos. A algum tempo atrás, a medição era toda mecânica. Hoje, um sensor transforma a informação da temperatura ou da pressão em um sinal elétrico já no contato com o fluído e este é levado através de fios  para o medidor que na realidade é um galvanômetro (amperímetro ou voltímetro). Então faltava comprar os adaptadores. Pelo que pesquisei, o sensor de temperatura de água deverá ser colocado na mangueira superior do radiador, que para o Fiesta é bem fina. Encomendei um de 28mm. Para o óleo, peguei um adaptador que é colocado entre o filtro e o suporte original, com 3 saídas para varias necessidades como sensor de temperatura, de pressão e saída de óleo para lubrificação de turbina, se fosse o caso.


Sensor água

Sensor óleo


No lugar do rádio, construirei um suporte do tamanho 2 DIN, com a frente em fibra de vidro. O suporte interno será feito em chapa de alumínio que também será o suporte para o módulo de injeção programável. Na frente ficará um hall meter e o tacômetro. Este último já adquirido nas primeiras compras. O meu módulo é um Injepro Light V2 que só faz correção por banda estreita e, por enquanto, não comprarei uma sonda wide, então colocarei lá um hallmeter. Uma solução por wideband ainda é meio cara para meu objetivo e orçamento proposto. Desnecessário. Não é carro de arrancada. É só para brincar.

Laioute painel 2 DIN


Hallmeter

Ainda comporão o painel, uma chave geral, um botão de partida, uma tomada dupla USB e um voltímetro. Provavelmente terá ainda 1 ou 2 botões pequenos, do tipo "caça" ou redondo. Preciso de pelo menos 1 para adicionar uma função necessária que é o limpador traseiro. Estou sem esta função no comando de seta. O comando original foi trocado pelo antigo dono e, provavelmente colocou um sem esta função. Não sei porquê. Nem quero saber!

Chave geral

Botão starter
Tomada USB

Voltímetro
 Peguei também um gancho para rebocagem traseira. Na frente terá uma fita com este propósito. A fita, eu já tinha. Seja por xunning ou por utilidade, acho que dá um "ar racing" e eu curto isto.


Gancho traseiro

O custo ainda dependerá na taxação feita pela receita que é de 60% do valor de aquisição somado com o valor do frete. Putz, eles somam laranja com banana. Frete é mercadoria para ser tachada? Brasil.....

Aproveitei (ou joguei dinheiro fora) em um regulador de pressão para a linha de combustível. Não seria para usar como regulador, pois existem os mesmos "reguláveis" no nosso mercado. A bomba de combustível do Fiesta Rocam já trabalha acima de 3,5 bar. Os bicos, pelos menos os PICOS trabalham proporcionalmente entre 3 e 5 bar, podendo injetar mais com pressões maiores, até 5 bar. Provavelmente vou ter que fazer um upgrade de bico, um IWP043 ou outro, pois para arrancar mais cavalaria no álcool, precisarei injetar uns 400 CC/min e isso, o bico original não chega. O IWP043 mete isso mais com quase 5 bar. Então o regulador seria também para "medir" a pressão da linha e saber a quanto anda a bomba. Na pior das hipóteses paguei R$ 70,00 por um medidor. Azar



Regulador/medidor pressão combustível

Isto se chegar em minhas mãos. Eu sempre falo que compra feitas no exterior deve-se sempre considerar o fato de ser extraviada, sem nenhuma chance de recuperação pois aqui nada é sério. E nunca vai ser, tá? O  valor despendido em compras do e-bay e congêneres deve ser aquele que você pode perder sem fazer falta alguma. Tipo jogo de loteria. Dinheiro no ralo. E quanto ao prazo? Nenhuma pressa. Não dependa do produto para nada. Pode demorar 45 dias ou 90. Se chegar, sorte sua. Já furtaram coisas que mandei por sedex. E quem furtou? Funcionário da receita e não dos correios, acredite. Salário alto não torna a pessoa honesta. Prejuízo meu. Dependemos dos humores da coisa pública. E você sabe com quem está falando? Desacato ao funcionário público é crime sujeito a pena de morte por falência do sistema público de saúde. Foda-se eu, foda-se tu.

A essas compras realizadas via e-bay, também adquiri na connect parts, um jogo de farol (direito e esquerdo), xing-ling para reparar o carro. Como são faróis de fabricação terciária, para ficar igual (mesma porcaria), deve-se comprar um conjunto. Na realidade é bem mais barato que um original de segunda mão. Peguei junto um volante que estava em promoção pois o meu ficou torto com a pancada. Na realidade, o volante entortou foi porque eu travei as mãos antes de bater. Reação natural quando se espera uma pancada forte. A pancada não foi muito forte, mas o meu peso atual é...... putz.

Nem sei se vai ficar bonito. Enfim, era o único revestido por material aderente para pegada e com valor "pagável". Já disse que Sparco só na próxima encarnação. 



Em tempo: ontem recebi os cintos da Corbeau. Veio super bem embalados. O material é TOP. Apesar de serem modelos mais simples de 2", nada tem de parecido com alguns cintos chineses "racing" que tem a venda aqui no pais. São bem pesados. Consequência: vou ter que ir ver a qualidade dos bancos Car Bancos que fica próximo de onde moro. Tem o preço bem acessível. Já liguei a uns meses atrás e falei com uma moça lá. Fui muito bem recebido. Fiquei de marcar uma visita para ver de perto a qualidade e a ergonomia. 


Próximo post: peças e malas prontas para ir para a Müller

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

#Savetheaic

Estou de luto. Duplo. O primeiro golpe foi sair com meu carro danificado do TD de debut por causa de uma manobra de dois noobs e o segundo foi a confirmação do fim do Autódromo Internacional de Curitiba, o nosso AIC.


As notícias sobre a possibilidade do fim do autódromo não são recentes. A mais de dois anos que escuto este assunto. Como minha mente já possui um filtro anti-bullshit, muita coisa que é dita, isto é, disponibilizada via internet e repetida por idiotas como se fossem verdades absolutas, sem uma prévia análise de veracidade do teor e que, infelizmente, chegam a mim e por esta razão, acabo desconsiderando muita informação. Faço questão de não "sofrer por antecipação", pois até ações de defesa, se tomadas com muita antecedência, se tornam inócuas ou desnecessárias.

Uma das coisas que eu não sabia até agora era que um dos proprietários era também proprietário de uma organização que, infelizmente, é o ícone  de quem não consegue fazer nada que dá certo. Se mete em tudo e, quando tem a chance de fazer bons negócios, enfiam os pés pelas mãos. Parecem uma organização que tem reputação ilibada. Não! Só têm dinheiro. Não possuem timing. Lembam-se da Federação Paranaense de Futebol? Do estádio do Pinheirão? Isto mesmo. O que tem haver? Ué, investiga, criança.

Diante dos fatos, resta a lamentação......

Nada disso. Ações terão que ser feitas, por mim e por todos. Até lá, a consequência das notícias foram a antecipação do calendário de TD, com encontros praticamente mensais até junho e isto faz com que o meu planejamento de "obra de igreja" sofra uma alteração. A maior é que não tenho mais tempo para esperar as modificações que se fazem necessárias e a outra é exatamente consequência desta. Ficou meio paradoxo, não? Mas o que aconteceu foi o seguinte: os dois fatos enunciados no epígrafe deste post levaram a uma série de ações por minha parte, vejamos então as consequências.

A volta por cima


Fiquei o feriadão, se é que se pode chamar assim, a semana entre feriados natalinos e de reveillon viajando para o interior de Santa Catarina, fugindo do lugar comum a que os seres humanos tendem a se concentrar, mas também para dar uma assistência a outras atividades que tenho em paralelo e também descansar. Minha cabeça precisa de descanso pois o Tyco está estafado. O Teko foi passar o reveillon não sei aonde. Ate hoje não voltou. Na verdade procurava não pensar no que tinha que fazer no "Fiesta de Desmanche". Que oficina levar ele para verificar os estragos na suspensão. Não tinha a mínima ideia do que fora afetado. O resultado eu sabia. Estava tudo meio torto. Confesso que passou por mim um pensamento pessimista de que eu o teria perdido pois se, dependendo do que tivesse estragado na suspensão, não compensaria consertar. Minhas bandejas dianteiras eram embuchadas com PU e pouquíssimas oficinas aqui tinham preparo para este tipo de material. Os coilover também poderiam estar afetados e tinha sido um dos maiores investimentos até agora. A única coisa que sabia não estar danificada e eram de grande monta, foram os pneus. Pelo menos pareciam intactos. Na volta da viagem, na sexta-feira, primeiro dia deste ano, cheguei em casa e fui saber que era fato consumado a venda do AIC e o calendário de TDs até junho.

O que poderia fazer? Ora, endireitar o carro, preparar o motor e usá-lo até junho. Que mais? Por enquanto isso.

Na segunda-feira no fim da tarde, após o trabalho, fui até a oficina Pro Müller aqui perto e falei com o próprio Müller sobre o que queria fazer. Claro que fui no outro carro, pois o Festa estava parado da minha garagem, avariado. Como já tinha conversado com ele por telefone logo antes do Natal sobre deixar o carro lá, mas ele avisou que o espaço da oficina estava tomado e uma empreiteira já tinha deixado um caminhão no pátio, não seria muito seguro deixar o carro no pátio frontal durante o feriadão. Conversando com ele e, principalmente, falando sobre os custos de M.O. para um cuidado "personalizado", voltei de lá com as idéias mais claras. Sou muito DIY, mas não possuo muito tempo disponível. Os fds tenho uma família com três filhos pequenos para dar atenção e dividir meu diminuto tempo. Eles são minhas prioridades. Não que eu releve minhas atividades pessoais a um plano sem importância. Forço a barra para que isto não ocorra por um simples fato: mensanasincorporesano. Simples assim. Se não cuidar de si (ou ser feliz), como você vai cuidar dos outros (ou trazer felicidade para os outros). Abrir mão do direito de ser eu mesmo o preparador, foi meio que uma libertação, pois todo meu planejamento foi feito considerando que eu seria o meu preparador e esse negócio de "preparador", para mim, como ex-atleta, cheirava que nem "personal trainer", coisa que abominava pois a maioria não era atleta e não conheciam treinamento desportivo. E se achavam. Mas digamos assim, posso equivaler um preparador bom a um treinador especializado, uma pessoa que vai ajudar outra também dotada de algum conhecimento, a atingir uma performance melhor.

O Müller pediu que eu, antes de levar o carro e as peças lá, ajeitasse a suspensão pois precisaria do carro "em ordem de marcha". Então onde levar antes? Teria que ser uma oficina de suspensão para, pelo menos, dar um parecer sobre os estragos. Conversei com três delas, na Salgado Filho e levei em uma quarta, pertinho da minha casa. Foi uma decisão instintiva, pois nem conhecia ela direito. Foi uma das melhores decisões que tomei No dia seguinte estava com o carro pronto. Duas rodas desentortadas, gabaritadas e balanceadas, balança dianteira gabaritada (estava bem afetada), semi-eixo traseiro gabaritado (tinha sofrido pequena torção) e a meu pedido, cambagem negativa -1,5 graus, prisioneiros e porcas trocadas em todas as rodas. Só não fiz a lataria, também ligeiramente danificada e um farol quebrado. Preço? Muito barato! E, tanto a sócia, que me atendeu, como o técnico de suspensão foram super simpáticos e educados. Quer mais? Dou nome e endereço: Auto Center Américas na Capitão Leônidas Marques, 346.

O autódromo





Não vou contar a história do Autódromo Internacional de Curitiba que fica no município de Pinhais, região metropolitana de Curitiba. O município é bastante rico, possui várias industrias e empresas com uma boa renda per capta. Mas não faz nada pelo turismo. Aliás aqui no Paraná, os prefeitos são iguais ao do resto do país, são políticos, na acepção pejorativa da palavra. O autódromo é particular e não goza de nenhuma benesse pública. 

O AIC é meu velho conhecido a mais de 15 anos. Durante os anos de 2000 e 2004 fui ativo nas provas de triathlon amador e um dos lugares usados para treino foi o autódromo, que era franqueado aos atletas federados quando não tinha corrida de carros. Ligávamos para lá no sábado para saber se estava sendo usado e se não, podíamos ir até la no domingo, nos identificarmos com a carteira da Federação Paranaense de Triathlon na portaria e então fazíamos o nosso treino de transição que era simular a etapa de ciclismo, desmonte, calço dos tênis e saída para a etapa de corrida a pé. Segurança total. Não havia pessoas estranhas. Havia sim, bicicletas, algumas de valor bastante elevados, que podíamos deixar encostadas na mureta da pista enquanto estávamos correndo. Ninguém mexia. 

O futuro do autódromo eu já sei. O futuro do Fiesta de Desmanche, eu ainda vou construir!

Próximo post: Indo as compras mais uma vez

sábado, 9 de janeiro de 2016

Primeiro TD

Então entramos na pista. Como esperava, o Fiesta estava bem frouxo em rotações baixas e a subida de giro era parecido com carro 1.0. O torque tinha desaparecido com o novo escapamento dimensionado. Mas o ronco do motor era "potentozo"



Esperando para entrar na pista

Nosso objetivo era passear, visto que minha esposa já tinha decretado que eu não ia para a pista sem ela. Para minha surpresa ela nem estava aí para a situação onde os carros estão no limiar da aderência. Pegou o celular e passou a filmar e conversava normalmente. Nem parecia aquela garota que acordou séria e calada, transparecendo preocupação. 

Passamos a andar, mesmo sem muita potência tentado acompanhar os carros mais "normais". O Fiesta estava simplesmente fantástico nas curvas. Alguns carros que tentavam me acompanhar nas curvas, experimentaram algumas balançadas por perda de aderência. Só os "preparados" e os que possuíam controle eletrônico de estabilidade estavam abusando nas curvas. O resto andava pianinho e esperavam as retas para despejar a cavalaria. O meu conjunto estava perfeito. Nem sei dizer se era pela suspensão ou pelos fantásticos Michelin SP3. Mas o resto era só tomar ultrapassagens. Os turbões fazendo a festa nas retas e os marcas&pilotos esbanjando talento em qualquer situação. A pista fechou em determinado momento para a necessidade de retirar carros que tinha rodado e foram passear na grama. O circuito é muito bem projetado e por isso seguro. Mas é travado. Não dá para andar muito rápido. Não usei a quinta marcha nem no final do retão de 1 km. No final da reta, o velocímetro marcava quase 170 km/h, mas pela meu cálculo rotação x relação do câmbio, não devo ter chegado nem a 160 km/h. O freio também fez bonito. Em nenhum momento apresentou fading. Mas perto dos outros carros, até meu freio estava mostrando capacidade superior, muito devido ao binômio suspensãoxpneu.

O objetivo da preparação que estaria por vir ainda não é fazer o carro andar mais que todos, mas deixar o carro com uma tocada de um esportivo, dando potência e dirigibilidade de um carro que transmita ao piloto estar com um puro sangue de pista. Talvez andando junto com carros mais modernos como os Focus 2.0, New Fiesta 1.6, Golf 1.4 TSI, 308 THP e o recém lançado Sandero RS.

Veja o vídeo mostrado de um cockpit do Sandero RS 2.0 andando atrás do meu Fiesta. Apesar da diferença bem grande de potência em favor do Sandero, não foi tão fácil alcançar e ultrapassar o meu carro. Claro que um TD não é competição e tenho que deixar passar os carros mais rápidos, até para preservar a segurança de todos. Assim foi feito e assim tem que ser feito.



Este vídeo eu peguei na internet e editei. Se o autor não quiser que eu poste o vídeo, pode entrar em contato comigo que retirarei do ar.

No retorno para pista depois do segundo fechamento para retirada de algum carro, já estava meio entediado pois meu carro não tinha muita potência e já tínhamos andado bastante. Pensei comigo: vou andar mais um pouco, mas se  a pista fechar de novo, eu vou para casa. Afinal eu tenho três pequenas razões muito especiais me esperando e, praticamente, estávamos o domingo todo envolvidos no autódromo. Saudades das crias.


Acidente


Estava chegando no fim do retão e  tem um Mini preto devagar. Passei ele antes da curva e fiz a série de curvas da chincane que sucede o retão. Depois tem um pequeno trecho em aclive, praticamente em linha reta para um par de curvas longas. Neste ponto vejo pelo retrovisor outro Mini vermelho vindo forte. Os Minis são carros muito rápidos e possuem além de muita potência, toda a parafernália dos carros esportivos modernos como controle de tração, estabilidade, etc e tal. Abri então para o Mini passar, indo para fora do traçado, numa parte não muito usada, portanto suja  e escorregadia. Mas não ia atrapalhar a volta dele. Quando ele passou, voltei para trajetória normal. Eis que me deparo com o outro Mini preto na MINHA TRAJETÓRIA. Fui abrir a curva para mudar o traçado e o outro Mini que tinha me passado estavam logo depois, devagar. Ele tinha simplesmente diminuído a velocidade abruptamente, provavelmente um estava brincando com o outro e esperando para andarem juntinhos. Que romântico. Toquei no freio para diminuir a velocidade e não sair batendo neles. O meu carro atravessou. Consertei para não cruzar a pista pois podia vir outros carros e o lado do passageiro ficou exposto. Rodei 180 graus, esperados. Só que antes de consertar de novo, entrei na grama. Grama molhada não dá para fazer nada. Pelo menos ia deslizar e não capotar. Deslizei de lado uns 150 metros antes de bater no guardrail. O guardrail é feito para absorver as pancadas e não matar o motorista por decapitação, como muita gente pensa. Bati com a parte dianteira direita na altura da roda, o carro resvalou, deu um meio giro e bateu agora com a roda traseira. Antes de bater, quando deslizávamos de lado, minha esposa falou: vamos bater! Eu sabia, mas esperava que a velocidade ainda diminuísse bastante antes de chegar ao guardrail. Mas sabia que ia bater, forte ou fraco, mas ia bater. Bati fraco. Nem deixei o carro apagar. Meti uma primeira para sair dali logo. O carro andou mas percebia-se nitidamente que não estava mais normal. 

Fui devagarzinho para o box, espumando de raiva. Parei embaixo da torre, subi os 3 andares e entrei gritando com o diretor do evento porque não prestaram atenção nos dois minis ultrapassando em curva e fazendo merda na pista. Ele falou meio que sem graça que não era curva. Falei que era trajetória de curva e eles não podiam simplesmente diminuir a velocidade depois de me passar, até porque tinha dado passagem para o primeiro.

Sabia que eu não estava em condição de falar ou conversar racionalmente naquela situação. Conheço bem a mim mesmo e sei que o melhor é contar até 10, 1000, mil, até o cortisol baixar.

Fui ver o estado do meu carro, mas não ia adiantar muito. Estava bastante cego pela raiva. A preocupação agora era me controlar e ir logo para casa. Se esperasse muito ia acabar arrumando confusão e parar na polícia por subversão, crime eleitoral e homofobia. Afinal, crueldade com animal é crime ecológico. O meu lado instintivo dizia para ir atrás dos caras dos Minis, para dialogar pacificamente, pois como intelectual, averso à violência, sigo os mandamentos do guru Mawashi Geri. O que restava do meu lado racional estava concentrado em salvaguardar minha esposa. E eu sabia que o cortisol ia ser metabolizado mesmo, então era só uma questão dar tempo ao tempo.

Desci da torre, fui até o box onde tinha deixado as coisas que tirei do carro como estepe, ferramenta, banco traseiro e o galão de combustível suplementar. Nisso veio um rapaz falar comigo. Era um dos caras que estava no Mini preto, aquele que eu tinha ultrapassado. Ele falou que estava de passageiro e também não tinha entendido porque o Mini vermelho tinha diminuído tanto a velocidade. O Minis S sobra na pista. São carros que tem uma estabilidade fantástica, uma relação peso/potência muito favorável e aceitam bem preparações apimentadas.

Não estava mais com raiva. Digo uma coisa sobre o acidente: faz parte da brincadeira. Não quer se molhar, não saia na chuva.

O Mini vermelho, aquele que dei passagem e "parou" na curva tem uma preparação acima de 300 HP.  O gráfico deste Mini esta na internet na pagina da oficina que preparou ele. Trata-se de uma oficina dedicado a carros importados dos endinheirados de Curitiba.  Lembra-se do que falei em um post lá atrás sobre piloto de Play Station? Esse com certeza tem um PS4.





Fim de festa


Fui para casa devagarinho pois o carro estava bastante alterado. A minha decepção era tamanha que se tivesse um terreno baldio ali, eu deixava o carro e ia a pé para casa. Nem queria avaliar os estragos. 

Depois de "viver" toda a transformação do "Fiesta de desmanche", fazendo o carro do meu jeito e depois, vê-lo torto na sua estreia nas pistas, era uma situação de frustração muito forte. Eu, que nem estava incomodando com a falta de pegada do motor pois já tinha adquirido as peças para deixá-lo mais forte, ia dirigindo devagarinho os 5 km que separam minha casa do autódromo. Foi uma das piores viagens que fiz na minha vida. Esqueci até de tirar os adesivos que cobrem as placas. Sorte minha que o único carro da polícia que cruzei estava indo no lado oposto. 

Cheguei em casa, sai do carro e nem quis olhar para trás. O sentimento naquela hora é de brochamento, tipo tudo perdeu a graça. Quem estava de fora da minha mente, isto é, qualquer um, não podia avaliar o que estava se passando dentro de mim. Um castigo? Não sei dizer até hoje. Talvez tenha até sido. Quem mandou eu ter uma recaída de felicidade? Será que a minha sina é só se fuder na vida enquanto todo mundo tem direito a se divertir?


Detalhe da batida atrás

Volante entortado

Frente danificada
Depois de abaixar a poeira, eu perguntei para a minha mulher se ela não tinha tido medo de andar comigo no autódromo. Ela respondeu sem nenhuma cerimônia: Não! Eu tenho confiança em você!

E eu te amo muito, Zanza!


#Savetheaic no próximo post!

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Dia de pista

Finalmente chegou o dia 20 de dezembro. Acordo cedo, tomo cafe com minha mulher. Ela está meio calada. Sei que está tensa. Só assinou o termo de isenção de responsabilidades na véspera. Os termos deixaram ela bastante tensa pois falava em possibilidade de morte, acidente grave etc e tal. 


Para mim era meio banal. Faz parte de qualquer atividade "adrenalítica", como BASE jumping, mergulho, paraglider, ultraleve, etc. Qualquer atividade tem seu risco intrínseco. Ate coçar o saco. Sou viciado em adrenalina e tenho claustrofobia. Ponto final.

Já estava acostumado a levar carros no seus limites e até acima dele. Não sabia exatamente como o "Fiesta de Desmanche" se comportaria e qual era o seu limite, pois tinha acabado de montá-lo, tendo pouquíssimo contato com ele. O carro era um ilustre desconhecido para mim. As características do carro como estava agora não tinha nada haver com um Fiesta de rua. Apenas o comportamento neutro dele se manteve, que para mim é o melhor, pois permite uma derrapagem controlada sem perda de velocidade. Eu me refiro a isto como "derrapar nas 4". Esta característica difere um pouco do Ford Ka que é bem mais leve e é um pouco sobresterçante, isto é, tende a sair de traseira. Tem muita gente que gosta, mas tem que ficar esperto pois pode dar um susto se o piloto não estiver preparado para perder a traseira. Fora isto, é drifting puro. Tesão.

Esperava que a chuva que vinha ocorrendo a semana toda desse uma trégua no domingo e eu pudesse estrear o carro em pista seca. Tinha falado para minha esposa que daríamos umas voltas para eu me ambientar com o carro e com o circuito e se a pista estivesse seca, queria entrar sem ela para socar umas voltas e ver qual era o tempo que conseguiria fazer com o carro.

Acho que assustei ela mais ainda. Ela me perguntou se eu queria fazer isso mesmo. Deve ter pensado que o louco do marido ia sair arvorado, "sangue nois oio" e se estrupiar todo. Não era nada disso. É que com ela na boleia, eu fico muito preocupado que aconteça alguma coisa, que até é normal neste tipo de coisa. Preciso estar 100% focado no comportamento do carro e na pista. Não gostaria de colocar em nenhum momento em risco a mãe dos meus filhos e o meu eterno amor. Mas um detalhe importante é claro, o carro ficaria mais leve (um pouquinho só, tá?) para melhorar o desempenho. Mas se eu falasse esse detalhe, minha vida terminaria antes de entrar na pista.

A minha intenção era entrar com um acerto mais duro para evitar um pouco a transferência de peso em curvas de baixa e diminuir o rolamento na frente, porque se não estivesse chovendo, queria fazer umas voltas no limite para ver quanto conseguiria de tempo com o carro ainda standard de motor para ter como compará-lo no futuro. Levantei o carro para tirar a roda e ajustar a suspensão dianteira em altura e pressão. Os amortecedores traseiros não tinham regulagem de carga, mas já estavam ajustados com uma carga de 40% acima do normal de um amortecedor original. Quando fui tirar um dos parafusos da roda esquerda, vejo que o prisioneiro  estava rodando em falso. Puta que pariu, gritei na hora. São aquelas porcarias de chave de impacto pneumática que as oficinas "fast food" usam. São ótimas para esculhambar as rodas dos carros. Não podia fazer nada agora mesmo. A regulagem ficou como estava. Não tem remédio, remediado tá! No fim foi até bom pois andei com a pista molhada e o ajuste que estava favorecia este tipo de condição.

Choveu bastante pela manhã. A tarde, a chuva deu uma trégua. Chuviscou um pouco esporadicamente. Foi com este tempo que entrei na pista. Como só me inscrevi para a sessão da tarde (ixi, parece repeteco da globo), dei sorte. A pista não estava seca, mas também não tinha muitas poças d'água. Algumas poças ainda permaneciam, mas não estavam em lugares que fossem incomodar. Após o briefing, onde foi ressaltado a proibição de ultrapassagem em curvas, afinal track day não é competição, é diversão, eu e minha esposa fomos colocar as câmeras nos dois suportes do carro, sendo um no vidro traseiro, preso por ventosa e outro no centro do painel, fixado por uma fita dupla face apropriada.

Pôrra de Canon


As câmaras não eram nenhuma Go Pro. Eram câmeras fotográficas compactas comuns que seriam usadas como filmadoras. Na frente coloquei uma antiga Nikon Cooolpix L10, uma das mais simples que a Nikon fez a quase 10 anos atrás. Como máquina fotográfica já não atendia, mas como uma filmadora 640x480 ia bem. Atrás coloquei uma Canon Powershot SX230 HS, também compacta, que tinha capacidade full HD,  uma compacta top, com estabilizador de imagem, GPS e o caralho à quatro.  

Mas a Canon sacaneou o mundo inteiro quando passou a usar baterias "proprietárias" e é quase um modelo de bateria para cada modelo de câmera. A câmera virou um trambolho por causa da autonomia mínima da bateria. Tinha uma segunda bateria de reserva que comprei junto com a câmera na Best Buy, mas de marca paralela. Esta bateria tinha deixado de funcionar do nada a 1 ano. Também nem fazia falta,  pois a autonomia dela era bem menor que a original. Detalhe: a câmara não aceita alimentação de energia pelo USB. Estou para fazer uma fonte para alimentar ela de uma tomada 12V ou usar algum diodo para alimentar de uma fonte USB. Até no quesito de tensão a Canon não ajuda. No meu modelo, a tensão é 3,7 V. Só que com essa tensão, ela nem liga. Maior que 4,2V ela se auto-desliga. Se quiser usá-la como câmara de vídeo, tem que fazer uma fonte boa. Ou então você joga a câmera fora que também não deixa de ser uma boa opção. Não vale a pena comprar um monte de bateria reserva. Você se lembra dos celulares Motorola PT550?


Por causa do tamanho e do design da máquina, ficou horrível para tirar fotografias. É uma câmera excelente no quesito ajuste e qualidade das fotografias (e vídeos) mas não tem ergonomia nem autonomia. Elefante branco. O meu celular meia-boca é melhor. Mas sou da opinião que cada qual na sua função. Quer fotografar, compre uma maquina boa. Existem umas câmeras compactas médias super ergonômicas que não devem nada para as prós. Esse negócio de câmera compacta para levar no bolso é besteira. Lá já está ocupado pelo celular que faz tudo e ainda tem Angry Bird e Bad Piggies. Sou (ou era) fã das Canon, e de carteirinha. Bateram a minha carteira, digo, paciência. A minha primeira câmera digital foi uma Canon A510 que usava 2 baterias AA recarregáveis. Foi escolhida a dedo entre muitas. Era ótima. Ajustes visto apenas em máquinas top. As imagens eram excelentes apesar dos míseros 3.2MP, normal na época em que foi lançada. Valeu cada centavo gasto nela. Mas ela só filmava 30 segundos. Nesta época, falar em filmar com máquina fotográfica era para leigo, pois tinham filmadoras digitais, caríssimas, onde as melhores possuíam um HD interno. Hoje se faz cinema com máquinas fotográfica com direito a ganhar Oscar. Mas nesta época a tecnologia não permitiria ler cartão com mais de 512MB. Porra de Canon, nem para peso de papel serve.


Veja o filme da estreia do carro com direito a trilha sonora e edição (Movie Maker) feito na Nikon L10





Músicas


Sirenia 
Seti 
Album The Seventh Life Path

Within Templation 
Faster
Album Faster

 Bunny and the Bear 
Ocean Flor
Album If You Don't Have Anything Nice To Say





Track day no próximo post.

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Dingobell: track day de Natal

Meu presente de Natal. Recebo um e-mail sobre o evento a ser realizado no dia 20/12 no Autódromo Internacional de Curitiba, o AIC


Coração a mil, pois achava que a estreia seria apenas no ano de 2016 e eu estava louco para sentir meu Fiestinha “de desmanche”. Mas para isso precisava fazer mais uma coisa. Já tinha um CAI Race Chrome comprado na Tunning Parts daqui de Curitiba e iria para pista pelo menos stage 1 (ou quase). Mas o carro tinha que ficar barulhento porque carro silencioso em pista ninguém é obrigado a (não) escutar......


Escapamento

Tinha conversado com o Paulo da Escapepar uns 2 meses atrás sobre as possibilidades para um Fiesta. Na realidade ainda não tinha decidido nada pois imaginava a estreia no ano seguinte, depois de eu retornar de férias em janeiro. Tinha a possibilidade de colocar um 4X1 da Binho, pois já tinha trocado e-mails com eles ou até mesmo mandar fazer um em inox. Sei lá, possibilidades existiam, mas não tinha parado para pensar nisto por que o  orçamento destinado para gastar no carro este ano já tinha acabado e só tinha previsão de colocá-lo na pista em 2016.




Liguei para o Paulo e marquei então um dia para ele montar um 4X1 para o meu carro. A Escapepar fica bem perto de casa. Sorte minha que ainda tinham agenda antes do TD do dia 20, pois eles têm bastante serviço. Mantêm-se no foco do que eles fazem e isto é bom para todo mundo. A única coisa que até agora não consegui entender é por que ele não gosta de usar fita térmica para proteger do calor o cofre do motor. Ele afirma que o aço apodrece dentro da fita. Ora o aço carbono galvanizado em escapamento não dura muito mais que uns cinco anos mesmo. O próprio revestimento zincado já vai para o brejo quando recebe solda. Confesso que não vi lógica e nem referência sobre esta prática. Aliás, o que vejo é muita gente usando termotape, aspirado ou turbinado.

Bom, se ele não quis colocar, não sou eu que vou fazê-lo. A única preocupação minha era a bobina marca EURO que poderia ter seu destino antecipado pelo calor dos dutos. Mas o Paulo alertou que a temperatura iria até diminuir, pois a dissipação dos gases era bem mais rápida. Como o carro tinha a previsão de receber uma preparação mais forte no futuro, ele disse que iria fazer a saída em 2 polegadas que para aspirado era até bastante folgada, mesmo para um motor 2.0. Falou que pelas mudanças na perda de pressão na saída, o carro perderia bastante torque, ficando mais frouxo. Fez então um 4x1, retirando toda a tubulação original (que guardei), sem catalisador e com um JK no final. O carro ficou com um som fantástico, bem grave, mas totalmente sem a pegada  característica do motor Rocam 1.6 original, que tinha uma arrancada digna de muito carro 2.0 moderno. O comando original tem uma graduação de duração muito baixa, o que facilita esta característica, mas o cabeçote 8V muito bem projetado, quase no limite de fluxo máximo teórico possível, faz deste motor, uma verdadeira obra prima. E eu estragando a obra.

Tudo bem, os planos serão malignos mesmo no futuro. Não agora, mas ter um ronco legal no 1º Track Day não tem preço.

Mas numa destas saídas de sábado para ajeitar isto ou aquilo, chego com minha filhota e ... pauuuuu na quina da escada da minha vizinha. Ssssss! Pneu da frente no chão com um baita rasgo. Ainda bem que era um dos baiacu. Antecipo então a substituição para os pneus Michelin em rodas 15X6 da Eco. Ficou lindão o carro. Fechou um pouco a caixa de roda, dando aspecto compacto ao conjunto. Só precisava baixar um pouco a traseira para entrar na pista bonito.



  

Freios

Acertando os últimos detalhes no carro para sua estreia, tinha que resolver uma coisa que estava me incomodando muito. Os freios do Fiesta que eu supunha serem iguais ao antigo Fiesta da minha esposa que tinha ABS com discos ventilados, usados também na Ecosport e eram muito bons, mas com estes freios que estavam no meu carro, não tinha condição alguma de ir para uma pista na condição que se apresentavam. Apesar de estarem com as pastilhas e discos quase novos, reputei a condição a utilização de material de 2ª linha na revisão feita pelos antigos donos e saí para comprar um par de discos Fremax e pastilhas Ecopads, mais macias. No fim de semana que antecederiam o TD, fui debaixo da chuva com uma barraca de praia a me proteger, fazer a troca dos mesmos. 




Surpresa! As pastilhas serviram perfeitamente mais os discos não! Caí do cavalo. Para mim, que jurava estar com sistema de 258mm pois os discos originais eram ventilados e não os diminutos discos sólidos dos Fiestas 1.nada e dos Ka. Fui traído pelo meu excesso de confiança. Os discos não entravam nas pinças, quer dizer, até entravam, mas não permitiam ser aparafusados pois estas eram para discos de 239mm. Então estava aí o problema da deficiência dos freios: área de contato disco X pastilha. As pastilhas Ecopads não fizeram diferença alguma. O freio continuava ruim para uma pista. Tava excelente para ir até o supermercado, mas não freiar forte no final de um retão a 160 km/h para fazer uma chicane a míseros 80 km/h.

Saída de emergência:  consegui no ML um par de pinças 555 e 556 novas e frete para ontem. As que estavam no carro eram 511 e 512. Paralelamente consegui ainda um jogo de pastilhas “para Ecosport” cerâmica da Bosch. Esquece a tal da Fraslee Ceramax. É saci pererê. Todo mundo já ouviu falar, mas ninguém viu ou tem para vender.

Não tenho mais tempo disponível então pego as pastilhas na mão, pinças na outra, discos debaixo do braço, adicionam-se ainda dois frascos de DOT 5.1 e vou até a Benetti. Mais uma vez eles quebram uma para mim: carro de alicate novo às vésperas do DIA 20.

O freio agora do jeito que queria, o carro estava pronto para estreia. Pelo menos com o mínimo que eu julgava necessário para entrar na pista. Potência viria depois, nas próximas etapas.


Capacetes

Neste meio tempo comprei um par de capacetes Protork para mim e para minha esposa que iria comigo de co-pilota. Ia para passear na pista e tentar não atrapalhar. Tinha noção da realidade do meu carro em termos de potência e conhecia bem os carros que normalmente participavam nos trackdays. 


O capacete Protork é muito barato e são muito bem construídos. Não sei como alguém paga Milão por capacete muito pior do que os Protork,  só por causa da marca. Vou te dizer: não custaram 200 reais e são bem bons. Os capacetes que andei vendo por aí, inclusive os BELL que eram meus ícones de tempo atrás, não valem o preço que cobram por eles. Tem  capacete custando mais de 2 mil reais que simplesmente parecem Pop Art, digna de um Andy Warhol. Engraçado que a Protork fazia baú de entregador de moto e está fazendo excelentes capacetes. E baratos. Ninguém assume que usa coisa ruim mesmo, né ? E nem se tocam em procurar alguma coisa melhor ou diferente. Acho que quando nós assumimos os erros e equívocos, evoluímos. Mas no Brasil, tá difícil evoluir. Aqui já fazemos tudo errado mesmo. É a nossa natureza. Desde 1500.

Agora se você me falar que a norma que regulamenta os ensaios que o Inmetro submetem os capacetes são ridículas, eu concordo. Mas eles são sérios: proibiram os capacetes coquinho. Porra, como vou fazer batida agora?

Pronto para a estreia

Alguns ajustes na altura da suspensão. Precisei rebater um pouquinho a parte de cima da aba interna dos para-lamas dianteiros por causa do local onde ficava um parafuso de fixação do para-barro. Estava pegando um pouco quando entrava mais forte numa curva. Quanto ao para-barros, cortei a metade da frente, mais deixei a parte de trás para poder rebater melhor a aba e também permitir uma ventilação desimpedida dos discos. O carro não tem farol de neblina, então a grade onde fica o farol em alguns modelos, permite também uma melhor tomada de ar na altura do disco. O carro estava preparado para seu debut na pista do AIC

Carro pronto para estrear

Futuro: FOR2R na mão

Também nas duas semanas que antecederam o TD, tive a oportunidade de fechar negócio na compra de um comando Carlini FOR2 fase 1 lá no FORDHP de um rapaz do Rio Grande do Sul e que era o que eu queria. Aliás, ele é que estreou como leitor o meu blog, pois tinha acabado conceber a ideia de montar um blog para publicar o que já vinha escrevendo ao invés de publicar em fórum pela inconsistência destes. Já fui assíduo no antigo ForumPCs que versava sobre micros e overclock a mais de 10 anos atrás. Daí o nome Mad Dick que era meu "nick" lá.

Eu já havia trocado correspondência com o Carlini e iria adquirir um comando destes no próximo ano,  próxima etapa de preparação. O preço era de uns 1400 com o frete. Era a graduação que ele tinha me aconselhado para uso com injeção programável. Tinha faixa de rotação até 7700 rpm entre marchas. Consegui praticamente pela metade do preço. Este comando só pode ser usado com um mapeamento da injeção diferente do original. Mas permite ainda um uso "civil" pois dá para acertar a marcha lenta pela injeção sem ficar embaralhando.


Uma das coisas que faz falta nos fóruns atuais são as imagens que são muito importantes, tanto para um tutorial DIY como para ilustrar textos inúteis como este. Nos fórums, os links de imagem acabam ficando quebrados, gerando frustração. 

Gosto de escrever. Mal de filho de professores. Alias até fui um, com direito a ser funcionário público federal concursado, mas com salário de professor não dá. Exerci o magistério durante exatos dois anos, dois meses e 22 dias (é como está no meu certificado) no antigo CEFET atual UTFPR. Lecionava matérias do curso técnico de eletrotécnica. Antes que me perguntem, pedi demissão, pois não precisava deste sacerdócio e tinha outras atividades. Mas devo confessar que aprendi mais com meus alunos do que eles provavelmente aprenderam comigo. O pior que a minha mãe é escritora também. É claro que falo isto por que quem escreve é  que gosta de escrever e não por profissão.




segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Legalizando a suspensão



Uma das coisas que tinha colocado como fundamental era a legalização da suspensão junto ao DETRAN de forma que eu pudesse usar o carro no dia-a-dia e até em viagens, sem o risco de maiores aborrecimentos


Mesmo não usando uma altura ridícula de garotão de 18 anos, que arrasta o fundo do carro até em lombada eletrônica, o fato de estar um pouco mais baixo, poderia criar motivos para ser parado para averiguações. Como os órgãos de trânsito flexibilizaram o uso de suspensão regulável (só falta permitir o uso dos caracóis), então vamos aproveitar e andar dentro da lei, isto é, aspiradinho. Não queria andar com o meu carro preocupado com a possibilidade de perdê-lo, já que motivos de preocupação com este tipo de carro sobram. Posso até listar:

  • Falta de seguro: ninguém  vai querer segurar um carro alterado de suas características
  • Potência acima do permitido: quem disse isso?
  • Motorista insano: aí nem precisa dizer....


Bom, vamos a via cruxis. O site do DETRAN PR dá o caminho das pedras parcialmente,  não deixando claro que após as duas taxas iniciais a serem pagas de valor quase irrisório, o incauto legalista se deparará com mais 2 custos bastante elevados que é a taxa cobrada pelas CSVs (autorizadas do Inmetro) e mais uma taxa duplicada de emissão de novo CRV. Isto mesmo: paga-se 2 taxas de CRV, que, segundo eles, uma é pela alteração e a outra para emissão de novo documento. Porra, mas não seria uma coisa só? Tudo isto para ter no documento um parágrafo no campo de observação que não diz nada sobre a suspensão, mas que segundo eles, é o salvo conduto para qualquer policial deixar passar. Será?

Aqui em Curitiba o que não falta é CSVs. Mas o preço é tabelado: R$330!

Sopa de letrinhas:

CSV é o órgão credenciado pelo Inmetro/Detran
CRLV é o licenciamento, aquele que você tem que portar
CRV é o SUV da Honda ou o documento de compra/venda

O rito da legalização


Ir ao posto do Detran antes de qualquer mexida. Faz-se a vistoria que consiste em ver se o carro não tem lâmpada queimada ou se a placa não está apagada. Tem-se que levar todos os documentos. Avise qual a finalidade, pois são dois protocolos de vistoria. A maioria que vai lá é transferência e só terão um protocolo.

Entra-se então numa fila onde vão verificar os protocolos de vistoria e a documentação. Te darão uma senha. Aguarde ser chamado pela senha. Receberá então duas guias para pagar  lá mesmo as taxas. Um dos protocolos é a autorização prévia para alterar as características e a outra é para poder dar entrada no CSV. Leva dinheiro se não tiver conta no BB. Guarde muito bem os dois protocolos.

OBS: aqui vai uma dica: faça isto em dois dias. No primeiro chegue antes da hora do almoço para fazer a vistoria apenas, que é rápida e no outro dia vá bem cedo, próximo ao horário de início do expediente  para pegar a senha e dar entrada no processo. Se tentar fazer tudo no mesmo dia, perderá a manhã toda lá.

Depois disso poderá instalar o seu kit suspensão. Não se esqueça de quando você for comprar sua suspensão, mola ou o diabo que for instalar no carro, pedir a NOTA FISCAL e para a instalação, procure uma oficina regulamentada, pois precisará também da NOTA DE SERVIÇO.

Após a colocação dos componentes escolhidos, dirija-se a uma das CSVs credenciadas. No site do Detran tem a relação com os endereços. Fui numa que ficava no meu caminho do trabalho para casa. Aqui têm várias e umas duas até ficam mais perto de casa. Como tudo é a mesma josta....

Lá você entrega um dos protocolos feitos antes e as notas fiscais de serviço e de peças. Senta e espera. Não pude ver o que eles mediram, mas no laudo de aprovação parece que eles testaram a eficiência dos freios e não sei se baixaram até o talo as roscas. Meu carro não estava muito baixo. Deixei-o com 15 cm da aba da junção onde se coloca o macaco até o chão. Dava uns 2 dedos do pneu até a aba dos para-lamas. Quando peguei o carro na oficina, tava meio socado e pedi para erguer e deixar a meia altura da rosca. Como arrastou numa lombada do condomínio que moro, ergui mais um pouco depois e deixei com uns 2 dedos e meio na frente e 3 atrás. Isto com o pneu da medida original (175/65 R14). Claro que ainda terá que pagar a taxa do CSV. Mas aceitam-se cartões....

Com o laudo em mãos retorne ao Detran para nova vistoria. Lá eles verificarão as lâmpadas e se a placa está legível. Isso mesmo. De novo. Medir a altura que nada. O negócio é não bobear com as lâmpadas (todas) e ter que voltar lá de novo. Placa, a minha estava meio apagada e o cara da vistoria falou que  e era só passar uma tinta esmalte preta com cotonete que ficava bacana. Foi o que fiz lá na primeira vistoria. Pelo ano do carro (2005) não preciso ter placa reflexiva.

Então de novo na espera para abrir o processo para alteração dos dados. Entrega-se o CRV (documento para transferência), o protocolo de vistoria e o protocolo de autorização prévia que você fez lá na primeira vistoria. Se não entregar vai ser multado e ter pontos na carteira por andar com carro alterado ilegalmente. Melhor ter-se lembrado de onde guardou os protocolos. Como ando com um envelope com tudo referente ao mesmo assunto, pois sou meio aéreo, tava tudo lá. Paga-se então a taxa (2xR$113). Mais uma vez lembre-se de levar dinheiro se não tiver conta no BB.

Aqui é Brasil e não adianta querer consertar o mundo de uma vez. Procure sempre ser simpático com TODOS os funcionários. Não que isso vá diminuir a burocracia, mas todos ficarão mais felizes e cordiais. Inclusive você.

Fiz a tramitação toda e com o carro com a nova suspensão legalizada, pude sentir o resultado....

O carro tava duro pra kct. As molas eram bem rígidas. Tinha que andar devagarzinho na minha rua cujo asfalto é bem irregular. Será que foi por que pedi uma suspensão para pista (trackday) e não para desfilar nos bailes funks da periferia?  Ou o conjunto todo com parte das buchas dianteiras em PU estavam contribuindo para isso. Mas o carro estava simplesmente grudado no chão. Mesmo com os pneus baiacú que vieram com ele, o carro não desgarrava. Os Michelin SP3 195/50 R15 estavam guardadinhos na minha garagem. Foi até bom, pois revelou um detalhe que tinha passado despercebido: os freios!




Estava testando o conjunto e percebi que a frenagem do carro estava muito ruim. Não era nada do que eu esperava, já que com a suspensão nova, podia abusar um pouco mais do carro. Então deverei trocar o disco por um Fremax Carbon e a pastilha por uma que eu reputo mais macia. Por enquanto descarto a possibilidade de colocar um conjunto da Power Brakes ou Xtra Brakes.




Sobre o freio, falarei no próximo post.